quarta-feira, setembro 27, 2006
segunda-feira, setembro 25, 2006
Á beira de um ataque de nervos!!!
É isso mesmo, falta de coragem! Eu até tenho a fama de ser intrépida, mas a verdade, é que tenho verdadeiros tremores, suores frios, subidas de temperatura, ataques de pânico, quando penso em baratas! Já me tinha constado, que esses bichos horrorosos, tinham feito das catacumbas morada, e a mim, não me apetecia nada invadir os domínios, que elas tinham escolhido para residirem (gosto muito de respeitar os domínios alheios!). A verdade, é que hoje, não dava mais para adiar a tal invasão, e lá vou eu, cravar companhia na esperança de não ser atacada sozinha, sem testemunhas, assim que abrisse a porta das catacumbas.
Depois de ter a companhia (voluntária) da minha muito querida colega, dirigi-me ao tal lugar, apreensiva q.b., ponho a chave à porta, acendo a luz ás apalpadelas, e quando olho para o chão, fiquei paralisada! Fiquei com a impressão que tinha entrado em plena hora de ponta, tal era a quantidade de baratas que, ora voando ora correndo, abriam caminho por entre os arquivos, livros e papéis, invadindo tudo o que podiam, na medida em que podiam!! Eu tinha a convicção que estava num filme tipo 5ª dimensão e que a partir dali tudo podia acontecer! Como a coragem para levar a efeito a minha busca estava pelas ruas da amargura, e por lá se deve ter perdido, apaguei a luz, e desisti de me forçar a contrair um ataque de nervos!
Resolvida, cheguei ao pé do meu chefe e disse-lhe em tom grave “ Oh Chefe, eu não sei como é que isto vai ser, mas sei como é que não vai ser! Não volto a entrar nas catacumbas, sem um fato daqueles todos XPTO, tipo ficheiros secretos, que protegem contra os Aliens e cenas afins! Mas como hoje tenho que resolver este problema, o chefe vem comigo, vai á minha frente, e quando chegarmos ás catacumbas...não vai parar de saltar, até eu encontrar o livro... pode ser? “. Ele, olhou para mim, e depois de um período de reflexão, disse-me: “Vamos lá embora então...”
Eu nem queria acreditar que ele tinha anuído em vir comigo, e agora, não havia volta a dar-lhe! Lá fomos os 2, ele decidido, eu relutante...
Assim que acendemos as luzes...o meu chefe, nem quis saber do tráfego intenso, e começou a abrir e a fechar livros, e botar os pézinhos em lugares que faziam “crack” e “scrunch” (o barulho devia ser diferente consoante o tamanho e cores das bichas), e fazia aquilo, como se nada se estivesse a passar! Eu estava estarrecida, até estive á beira de achar que ele era o “meu Herói”, não fosse ele o meu chefe! Daí a uns 10 minutos, achei os livros que queria, e saí dali, mais rápida que a minha própria sombra, fazendo inveja ao próprio Lukie Luck!
Como a minha manhã foi intensa, não resisti a partilhá-la convosco....não que seja muito bonita de partilhar, mas porque preciso mesmo de desabafar, este nervoso que sinto....
Aiiiiiiiiiiii aiiiiiiiiiiiiiiiiiii.....
sexta-feira, setembro 22, 2006
Repto
Amiga – confirmado pelos que o são e negado veemente pelos que não são (aqui não existe unanimidade). Mas eu tenho consciência que é difícil agradar a Gregos e a Troianos.
Sonhadora - sonho muito, e há dias em que fazer a ligação à terra de torna muito complicado, para total desespero de quem tenta estabelecer comunicação comigo.
Confidente – Gosto de escutar e de tentar entender os porquês de quem me procura. E porque a categoria de confidente, não se esgota apenas no ouvir, gosto de confidenciar a “Alguns” pedacinhos de mim...
Reflexiva – Por hábito, gosto de pensar e ponderar muitos dos meus passos. Gosto de caminhar para a frente e acabo por ter receio que gestos meus me façam recuar, por isso embrenho-me nos pensamentos e raramente me arrependo das decisões que tomo, por saber que na altura, eram as que deveria ter tomado!
Descomplicada – detesto complicações, e a tendência que existe para complicar o que deveria ser fácil.
Apaixonada – Determinada e convicta. Vivo de paixões e para as paixões. As paixões surgem-me de tantas formas, que seria impossível ficar-lhes indiferente!
Eu sei que foram mais de 6 palavras, mas eu gosto de deixar tudo explicado, para que não exista muito espaço para que outros reflictam outras coisas sobre mim....
Como o repto, me pedia para eu continuar, lançando o repto a mais 6 blogs, os blogs que eu escolho, são:
- Asas Negras, da minha querida Crowe
- Illusion, da bem disposta Maria
- O Segredo da Esfinge, da minha muito amiga, Piramidallis
- O Eterno Efémero, da minha afilhada mais linda Coral
- Pensamentos da Alma, para a minha irmã virtual, Pataininiti
- Tiros no Escuro, para aquele que mais me faz reflectir Tacitus.
Eu sei que muitos de vós não gostam destes reptos, mas eu tinha que escolher 6 blogs, e estes, foram escolhidos com coração.
quarta-feira, setembro 20, 2006
Eu queria escrever-te uma carta, Amor!

Eu queria escrever-te uma carta amor,
uma carta que dissesse
deste anseio
de te ver
deste receio
de te perder
deste mais bem querer que sinto
deste mal indefinido que me persegue
desta saudade a que vivo todo entregue...
Eu queria escrever-te uma carta amor,
uma carta de confidências íntimas,
uma carta de lembranças de ti,
de ti
dos teus lábios vermelhos como tacula
dos teus cabelos negros como dilôa
dos teus olhos doces como maboque
do teu andar de onça
e dos teus carinhos
que maiores não encontrei por aí...
Eu queria escrever-te uma carta amor,
que recordasse nossos tempos na capopa
nossas noites perdidas no capim
que recordasse a sombra que nos caía dos jambos
o luar que se coava das palmeiras sem fim
que recordasse a loucurada nossa paixão
e a amargura da nossa separação...
Eu queria escrever-te uma carta amor,
que a não lesses sem suspirar
que a escondesses de papai Bombo
que a sonegasses a mamãe Kieza
que a relesses sem a friezado esquecimento
uma carta que em todo o Kilombo
outra a ela não tivesse merecimento...
Eu queria escrever-te uma carta amor,
uma carta que ta levasse o vento que passa
uma carta que os cajus e cafeeiros
que as hienas e palancas
que os jacarés e bagres
pudessem entender
para que o vento a perdesse no caminho
os bichos e plantas
compadecidos de nosso pungente sofrer
de canto em canto
de lamento em lamento
de farfalhar em farfalhar
te levassem puras e quentes
as palavras ardentes
as palavras magoadas da minha carta
que eu queria escrever-te amor....
Eu queria escrever-te uma carta...
Mas ah meu amor,
eu não sei compreender
por que é, por que é, por que é, meu bem
que tu não sabes ler
e eu
- Oh! Desespero! - não sei escrever também.
Autor: Desconhecido
segunda-feira, setembro 18, 2006
Olha para mim, Amor

Olha para mim, Amor
Olha mais fundo na minha Alma,
Olha por um segundo
mais nada.
Olha para mim, Amor
Sente o meu vibrar
na ânsia de te abraçar
na angústia de te perder.
Olha para mim, Amor
Conta-me a tua vida
torna-a menos sofrida
comigo podes sonhar
Olha para mim, Amor
o medo que sentes hoje
eu posso atenuar
descansa nos meus braços
e deixa-te enlevar
Olha para mim, Amor
toda eu sou paixão
tentando estender-te a mão
para nunca mais largar
Olha para mim, Amor
sem ti não sei viver
sem ti não sei amar
sem ti não sei sonhar
Olha para mim, Amor
olha mais fundo na minha alma
olha por um segundo e verás
que sem ti sou Nada.
quinta-feira, setembro 14, 2006
Tela

Pinto na cara as marcas,
Choradas, feitas de mágoas,
Dos momentos imprecisos!
(Então, visto-me de Sorrisos)
Imprimo um traço marcado,
Num lamento sussurrado,
Deixando falar os olhos.
(Então, visto-me de Sonhos)
No Branco busco guarida,
Em memórias remetida,
Ao meu sentir de Criança!
(Então, visto-me de Esperança)
Por isso, como tela eu me pinto,
Para que nunca ninguém saiba,
Tudo o que na Alma sinto!
quarta-feira, setembro 13, 2006
Histórias Minhas...

Ontem, sai do trabalho e dirigi-me ao colégio dos meus filhos, para os ir buscar à Sala de Estudo. Eles, quando me viram, começaram logo a atropelar-se nas palavras para me contarem como tinha corrido o dia de Escola. Eu, como sempre faço, tentei manter alguma ordem naquelas descrições, tentado que cada um falasse na sua vez, sem atropelamentos, e com a calma que é possível em crianças de 7 e 9 anos. Enquanto caminhávamos para o autocarro, o meu filho mais novo, sugeriu que brincássemos aos animais. Por instantes, pensei “Ena, como os meus filhos cresceram!”. Inicialmente, as nossas brincadeiras de animais eram simples, dizíamos apenas nomes de animais e a única regra que tínhamos que respeitar era não nos repetirmos. Depois, começámos a jogar ao Stop dos Animais eu começava por dizer o A e interiorizava as restantes letras até que um deles me mandasse parar. Quando isso acontecia eu divulgava a letra em que tinha parado, e depois era só dizer nomes de animais começados por essa letra. Era um jogo um pouco mais difícil, e que revelava que os meus meninos estavam a ter um conhecimento maior, em termos dos animais e do conhecimento da língua. Era claro que eu me sentia orgulhosa!!! Mas agora, brincar aos animais tornava-se mais complicado. Já tinha deixado de ser melzinho na chupeta. Brincar agora aos animais tinha o nome de “Características dos Animais”. Consistia em pensar num animal, definir as características que os particularizavam, até que alguém adivinhasse o animal em que se pensava. Tudo seria fantástico, não tivesse eu um filho, que tem como hobbie, devorar enciclopédias.
Foi entre pensamentos, que decidi aceitar o desafio de jogar ás “características dos animais”. A esta altura já estávamos sentados no autocarro, rodeados de gente por todos os lados. O Diogo, o devorador de enciclopédias, decidiu dar o mote de partida. Começou por dizer: “o animal em que estou a pensar é um peixe, de profundidade intermédia, pode atingir até 1.80 de comprimento, tem escamas azuis, pensava-se estar extinto. O facto de se ter encontrado uma colónia destes peixes, faz com que se considere, que ele é um fóssil vivo do período triásico.” Dito isto calou-se e olhou para mim, com ar interrogativo, e eu confesso que me sentia o próprio ponto de interrogação. No autocarro, como que por magia toda a gente se calou. Nisto, o nosso vizinho de banco, comentou…”Olha lá menino, tens a certeza que esse animal existe?”, o Diogo respondeu logo prontamente que sabia sim, porque para além de ler enciclopédias gostava de ver as séries do National Geografic. Ora bem, por esta altura, já o João dizia que assim não brincava porque o Diogo ia sempre encontrar animais muito “dificiles”, e que assim não tinha graça, decidindo dar provas de insatisfação amuando à séria. O Diogo ia-me dizendo “Vá lá mãe, tenho a certeza que sabes esta!!”. Eu confesso que tudo aquilo me dizia alguma coisa, mas eu não conseguia lá chegar. De repente, surgiu uma cabeça entre o meu banco que disse: “ Só pode ser uma Baleia ora….uma baleia Azul!”. O Diogo lá foi dizendo que não. Logo ali dos bancos do lado….começaram a vir palpites. “É um golfinho!”; “ É um tubarão!”; “É um Mero!”; “É…” .
Eu confesso que estava surpresa com aquela aderência ao NOSSO jogo. Fiquei mesmo impressionada!!!! Ás páginas tantas não resisti e disse: “Desisto!!!”. Todos os olhos se centravam agora no Diogo. Ele não fez esperar ninguém e apressou-se a dizer que raio do peixe tinha o nome de Celacanto. As exclamações não se fizeram esperar: “Ena, mas que raio é o Celacanto?”, “O miúdo ainda vai ficar doente se continua a ler aquilo, ainda vai ficar com a cabeça fraca!”, “Bolas um Celacanto!!!!”, “O mais novinho tem razões para amuar coitadinho!”.
Eu já só conseguia rir-me. Com tudo isto, chegámos à nossa paragem, mas o Diogo, antes de sair, ainda disse: “Amanhã podemos jogar mais se quiserem, apanhamos este autocarro todos os dias à mesma hora!”. Enquanto saía, ainda pude ouvir alguns comentários “Eu não…”, “O puto é castiço, deve de ser bom aluno!!!”, “bolas Celacanto, esquece lá isso amigo, para brincar tens que escolher outro…”. Cheguei à rua e ri…mas ri tanto, que quem passava abrandava o passo a olhar para mim…O João, decidiu ser solidário comigo e dava gargalhadas sonoras. O Diogo ainda me disse “oh mãe…mas nem deu tempo para eu descrever o Baselisco!”.
Eu olhei para ele e respondi-lhe com a voz abafada pelo riso: “Amanhã meu filho…amanhã!”
terça-feira, setembro 12, 2006
Dor ao Luar

Se a força que emanas
eu conseguisse encontrar
poderia, concerteza
desta imunda fortaleza
me salvar e libertar.
Mas vivo à parte de tudo
Só e trancada neste Mundo
Com a Alma desprezada
do coração arrancada
neste delírio profundo.
O sol não brilha p'ra mim
esconde-se do muro que nos separa
só ela canta e olha
pelas grades da gaiola
é amiga e me ampara.
Oh Lua, amiga de tempo infinito
leva minha tristeza, meus ais
canta-me a vida por viver
canta-me a alegria por sentir
e não me deixes sofrer mais.
terça-feira, setembro 05, 2006
Quando me olho...

Quando olho para mim,
Não me pertenço,
Sei-me feita
De querer e de não querer,
Escuto todas as ausências
Nos momentos,
Em que busco apenas dar,
Sem receber!
Quando Olho para mim,
Nem eu me entendo,
Não busco os porquês
Desta razão,
Quando anseio apenas
O silêncio,
Guardando em mim,
Momentos de Ilusão!
Quando olho para mim,
Sinto-me Viva,
Sei que me quero assim,
Sem direcção,
Pois coração que sente
Anda á deriva
Faz de cada instante
A sua Vida,
Põe em cada entrega,
Emoção!
sexta-feira, setembro 01, 2006
Momentos

O cheiro da terra molhada, daquele final de tarde, confrontava-a com o seu espírito desalinhado. O cheiro a terra fermentada, sempre havia exercido este efeito de a fazer mergulhar dentro de si, despertando-a para os desajustes de tudo o que não se busca mas que se encontra, de tudo o que não se diz mas que se sente, de tudo o que não se quer mas que se tem.
Ali, naquele lugar, tão longe do seu Mar, sabia ser urgente misturar-se com os elementos para encontrar a paz que teimava em ausentar-se de si.
Pensara em buscar na Terra formas de canalizar a sua ira! Pensara em fundir-se nas águas do Rio que corre, porque apenas as águas lhe lavariam as dores e amenizariam o espírito! No entanto, foi decidida, que procurou aquela varanda, emoldurada pelo vinhedo, para esperar a chegada da Noite densa. Daquele lugar prendeu-se na paisagem.
O Verde exuberante dera lugar a uma mancha escura a perder de vista. O Céu, no horizonte, era o campo de batalha onde a escuridão se adensava, mas onde o Dia ainda se debatia, deixando marcas da sua presença em pinceladas de Luz.
Deve ter sido na eternidade de mais um Dia que se faz Noite, ou na beleza da própria Noite que se ilumina por um véu de estrelas, que a calma e serenidade foram ocupando espacinhos no seu sentir.
Fechou os olhos, e inspirou longamente. O cheiro da terra tornara-se mais intenso, e agora acrescia-lhe o concerto coroado pelo crepitar dos grilos e o coaxar das rãs do charco próximo. Ali, nada mais havia para além da Noite que chegava sem pressa e que se instalava em silêncio. Ali, não havia espaço para as suas angústias e para os seus desalinhos. Ali, ela sabia que tinha que deixar fluir o corpo, em sintonia com a harmonia do momento e do espaço.
Imprimiu movimento à cama de rede, e deixou-se levar, num vai vem compassado e cantou, muito baixinho em jeito de sussurro, uma canção de embalar que lhe chegou à memória. Aos poucos, o corpo descomprimia, a ira desvanecia-se, as dores já não pareciam tão intensas…
O espírito, antes desalinhado, já lhe permitia agora palmilhar pensamentos de forma ordenada e clara. Espreguiçou-se e sorriu! Foi balançando, que deixou que o sono lhe chegasse manso, aninhando-se calmamente nos braços seguros daquela noite mágica, que ela sabia, que certamente, iria abraçar os seus sonhos.