quinta-feira, abril 13, 2006

As Estrelas (parte III)

Ela ansiava a chegada do anoitecer, procurava hoje, entender as Estrelas, que há tanto tempo buscava, mas das quais pouco sabia.

Conheceu as Estrelas dos Filósofos, leu as Estrelas dos Guerreiros, sentiu o Ciclo de Vida das Estrelas e, no entanto, o seu olhar mantinha-se fixo na beleza do cair daquela Tarde-Noite.

Muito longe do olhar romântico dos filósofos, distante do sentir que unia a Amada ao seu Guerreiro, distante dos sentimentos que se equiparavam ao nascimento das Estrelas, penava que o seu sentir, se resumisse apenas ao brilho confidente das angústias e das lágrimas. Havia sido sempre assim... sempre havia procurado a sua Estrela quando a vida não lhe brilhava tanto e quando o seu caminho se esbatia em atalhos que desconhecia. Via-as como Testemunhas de Luz, de momentos de Trevas; de momentos em que na sua vida, o brilho era ofuscado por agruras e momentos de desalento.

A noite sempre fora propícia aos prantos que durante o dia, ela recusava expor. Poucos haviam alguma vez, sentido a sua dor, apenas as Estrelas, lhe conheciam o Sentir. Era na noite que ela se despia dos sorrisos, dos sentires de alegria, e se dispunha a confidenciar os seus medos, angustias e receios. Elas, as Estrelas, sempre lhe haviam surgido como algo que lhe mostrava, que apesar da imensidão e da escuridão da noite, havia sempre um motivo para brilhar. Era essa lição que ela tomava, sempre que procurava as Estrelas. Sabia que na sua vida, nada seria permanentemente escuro e que um dia, retomaria em brilhos, todos os sentires da sua vida.

A noite já há muito se instalara, o cair da tarde, dera origem a uma noite brilhante, onde a Lua não era rainha, e onde apenas as Estrelas surgiam mansas ao pensamento, cintilando no horizonte. Foi perdida no espaço, com os olhos fixos na sua Estrela, que ela agradeceu. Agradeceu os momentos de Luz, quando tudo se confinava ao espaço de um sentir sem cor. Agradeceu as lágrimas que deixou rolar, na partilha de uma dor, que nunca havia deixado transparecer, nem partilhara com ninguém. Agradeceu apenas, ter como confidente, a sua Estrela, que sabia estar sempre lá, imóvel, para escutar os seus desabafos, na sua calma imensa, infinita!

Desta vez, as lágrimas não surgiam. Apenas desta vez, ela estava ali, forte, sem mágoas, sem prantos, para mostrar à sua Estrela, que hoje, ela poderia contar com o seu cintilar para iluminar o céu do seu horizonte! Apenas hoje, ela brilharia!!! Apenas hoje, ela seria o brilho da Sua Estrela!

9 comentários:

Anónimo disse...

Lindooooo... este remate não podia ter ficado melhor ... beijos doces

Anónimo disse...

Igara, concordo com a Lobaaaaaaaa... foi um excelente remate! E se continuo a entender-te tão bem como o costume, como se as tuas palavras fizessem sentido para além dos sentidos imediatos, penso que também transmites uma ideia já cantada por mais que uma grande "estrela": "(...) even be glad, just to be sad, thinking of you (...)"
;)
bjnhs

Anónimo disse...

Para terminar, e sem perder o sentido poético dos filósofos e de todos aqueles que querem ver nas estrelas mais do que aquilo que elas são, (apenas estrêlas),a este ultimo texto repôe as coisas no seu devido lugar. As estrêlas, os (grandes "sóis"), pequenos apenas devido à distância, são de facto as nossas grandes confidentes e amigas, porque só se deixam ver na escuridão, e é na escuridão que todos nós, mas mesmo todos, nos sentimos mais fracos, mais carentes, mais temerosos. As estrêlas,são as testemunhas, as amigas, as confidentes, e agora deixem-me ser um pouco poeta também, as conselheiras. Elas riem-se para nós, piscam-nos os olhos, beijam-nos... nunca viram? Então olhem com atenção. Um beijinho Igara, foi um remate maravilhoso feito por uma pessoa maravilhosa.

Anónimo disse...

Ta uma droga !!!!!!!!! Not ! So tava a brincar depois de teres dito aquilo ahahahah beijos e esta lindo


as1124

Anónimo disse...

Cerejas

Bebo
o licor
na tua boca
Bebes
o licor
no meu umbigo


Mais que fantasia...
passamos horas
nessa brincadeira louca
Delírios do prazer
de estar contigo


Trilhas

de cerejas

em nossos corpos

Alimentos
degustados
pouco a pouco
Sinto
tua sede
e me alucino...


Somos cálice
iguarias
somos loucos
Bêbados
de paixão
e Maraschino...

continuando assim... disse...

Muito bonito!!!

Gostei bastante

Anónimo disse...

Medito-te...Não sei porque te encontrei. As estrelas poderão ter a sorte que eu deixei escapar entre os dedos. Gostaria de ter alentado as tuas lágrimas...mas irei penitenciar-me sabendo que irás brilhar como uma estrela no meu âmago. Saberás que brilharei sempre para ti...

Anónimo disse...

Hummmmmmmmmm suave como veludo...doce como chocolate... Nectal líquido minha amiga! Um beijo grande!

Anónimo disse...

E que mais há a dizer... Esta trilogia de três mãos foi como um doce, que chega à boca e suavemente se derrete, expandindo todo o sabor pelo paladar. Deglutindo todos estes sentimentos expostos por voces os três (Man, Loba e Igara), vi-me embrenhado numa visão mágica da vida, onde o sobrenatural e o real se juntam e se tocam, como se de dois amantes se tratassem... Considero que este (permite-me a expressão)tritexto, faz justiça aquela frase "todos diferentes todos iguais", pois falando de formas diferentes do mesmo tema, tudo se entrelaça de uma forma única, o que nos deixa pregados a monitor lendo e relendo, tentando adivinhar os pensamentos de que escreveu todas estas belas palavras... A todos os três um grande OBRIGADO por nos brindarem com este mimo celestial...