quinta-feira, maio 31, 2007

Para ti Margarida...


Há coisas que simplesmente não consigo explicar. Tudo o que se prende com os meus afectos, costuma ser para mim um território onde eu não me atrevo a grandes incursões, limitando-me apenas a Sentir e a deixar fluir. Faço as minhas entregas de acordo com o que recebo, mas há momentos em que o que recebo é infinitamente grande! Alguns de vós saberão, que a aproximação do mês de Junho, me trás de forma intensa a memória da Margarida! Desde o momento que a conheci, em www.vida.blogs.sapo.pt, soube, que a haveria de recordar para sempre e que a guardaria em mim de forma desmedida. Durante vários momentos, ao longo do tempo, busquei e guardei a Margarida no pensamento. Este ano, decidi contar-lhe histórias no decorrer do mês de Junho! Escolhi o Mês que ela mais gostava, a musica que ela mais gostava, e o que ela mais gostava, as Histórias! Ficará assim a homenagem à menina que nunca conheci, mas que, vá-se lá saber porquê, nunca me saiu do pensamento...

segunda-feira, maio 28, 2007

Reflexos e reflexões...



Tenho saudades do dia em que não nos tínhamos encontrado, do que não nos vimos pela primeira vez, em que não te tinha achado. Desse em que nunca nos tivemos, em que calaste o que eu queria ouvir, desse em que sonhando te podia sentir. Tenho sede da noite em que nem começámos a beber-nos, fome dos momentos em que não estávamos um no outro, em que nos devorávamos sem sabermos. Desenho com detalhes tudo o que não aconteceu, o amor que não explodiu, o desejo que não cristalizou, o tudo e o nada que surgiu...E é uma saudade tão grande... como se nunca houvesse acontecido, tal este afago que te mando e que, ainda assim, estará perdido. Tratarei de dizer-te, sem palavras, que a solidão é uma inquilina vitalícia e nefasta, e que a esperança esconde no seu franzido um punhal fechado a aguardar o momento de ser usado, enquanto docemente te embalo e envolvo no meu fado. Tentarei tornar tangível o gesto esboçado, rasgado e com ele, mais que abraço, neste meu corpo eu te enlaço em laivos de mel e fel. Enquanto não acerto a construir as frases que sejam reflexo fiel do que sinto, terminarei este dia lambendo-te as feridas com este meu silêncio inscrito em prosa, tentando aprisionar-te neste meu tempo Infinito em que te sinto preso a mim inscrito em glosa. Vou revendo os instantes e reparo que o tempo, a destempo, me ensina a dizer que te amo, que o passo a recordar-te, seja cedo ou seja tarde, a qualquer hora, quando nem sei se o dia acordou - ou se a sua noite se deitou – mas sei que estarás sempre neste espaço em que me dou. E estes minutos que passam, que teimam tornar-se nas horas em que te lembro, horas perdidas vagas, em que te tenho no pensamento... E as horas tornam-se em dias, onde revivo os instantes, destas memórias intensas, desmedidas, ensandecidas...errantes! Dias que apenas desatam as palavras que, impunes, sem medo, descaradas se escrevem quase por si. E todas as letras que escrevo, sinto-as tal como um degredo, exorcizadas de mim...

quarta-feira, maio 23, 2007

Esta noite repousei os meus lábios, na brancura vaga do teu corpo etéreo

Percorri-te as sombras torneadas,

desfolhei os mantos claros que cobriam as tuas formas brandas, que cobriam o teu sentir

Lentamente estendi-te as minhas mãos, percorrendo-te

Como se o tivesse feito por mais de mil vezes, sem escutar o pêndulo incessante do relógio..

como se não houvesse tempo, como se não houvesse Espaço

e tudo fosse senão um rumor vago na minha consciência...

E tu, erguendo a tua adaga de formas curvas e afiada

Desferiste em mim a sua lâmina ácida e fria

Com assomos de violência e rosto sem compaixão

Mas não me roubaste a vida, nem me fizeste verter sangue

…Simplesmente roubaste-me a alma…….

sexta-feira, maio 18, 2007

Compasso de espera



No horizonte recortado,
pelo vermelho - sangue de anjos caídos,
Entre o soluçar frio e triste da brisa Outonal,
Percorreu lentamente as imensas escadas frias e mudas.
Acompanhado pelas sombras das gentes,
Que consigo caminhavam em silêncio,
e por entre as candeias trémulas,
os seus olhos reluziram como ouro.
Do alto da grande torre severa e negra
Viu o brilho suave e ténue dos últimos raios de sol
Que teimavam dançar entre a copa alta das árvores.
Fechou os olhos marejados de saudades
E ouviu então o murmúrio lânguido doce da sua voz
Convidando-o a repousar no leito cristalino do rio
Que teimava em não descansar,
Até sentir de novo o seu abraço terno,
Para de novo unidos e como um só,
Rumarem para poente e desaguarem,
Nesse imenso mar!

Se eu fosse Matemática...




Se ao menos no pensamento,
Eu fosse mais racional,
E reduzisse os Sentires,
A um produto ou um total...

Se ao menos eu fosse Lógica,
Sabendo o Falso e a Verdade,
Conseguisse eu entender,
Toda esta dualidade...

Se ao menos fosse Analítica,
Provando por A+B
Conseguisse eu convencer-me,
A ter só o que se vê....

Mas...Deuses, sou Emotiva...
...Existe a Relatividade...
...Há as excepções à regra...
E lá se vai a Verdade!!!

(E enquanto vou pensando,
Vai ficando acentuado,
Que cada vez sou mais um 8,
Um Infinito, deitado...)

quarta-feira, maio 09, 2007

Senti a falta de mim...


Senti a falta de mim...
Dos Sonhos, de querer Voar,
Senti a Falta do Riso...
De Sorrir ao despertar!
Senti a falta do Canto...
De embalar e adormecer,
Senti a falta de tanto...
De não querer para não perder!
Senti a falta dos beijos
Dos mimos, das alegrias,
Senti a falta da Vida,
De a ver esgotar-se nos Dias!
Senti a falta de mim...
Estive de mim tão ausente...
Que quase então me perdi,
Mas estou em mim novamente!