quinta-feira, outubro 11, 2007

Seguindo um rumo..



Sempre gostei de escrever. Desde pequena, este meu amor era visível em toda a parte...numa primeira fase no papel. Mais tarde nas paredes, nas mesas e nas cadeiras para desespero de meus pais, e delícia dos meus irmãos....
Com 13 anos ofereceram-me o meu primeiro diário. Inicialmente era escrevinhado todos os dias, mas à medida que o tempo passava, os registos tornaram-se mais raros, até terem interrupções de 4 anos. Remeti aquele diário para o esquecimento, não porque tivesse deixado de escrever, mas porque ele deixara de fazer sentido. Vivia a minha vida com tal intensidade que não conseguia registar tudo ao ritmo a que vivia, por forma que era preferível viver simplesmente, sem registos escritos...
Hoje, acordei com o sabor desses dias. Desejando muito parar. Fazer uma separação amigável da minha companheira de vida - a escrita.
Decidi despir-me também aqui dos registos. Tudo se me esgotou nas palavras e vejo chegada a hora de fazer delas apenas gestos. Não acredito nas partidas definitivas. Sei que um dia, tornarei. Mas agora, há apenas uma Vida que chama por mim, e eu tenho que partir...
A todos os que me leram, um carinho especial por terem partilhado comigo os meus Pensamentos da Alma e todos os pedaços de que fiz vida. Continuarei a visitar-vos e a guardar-vos em lugar especial, dentro de mim...

sexta-feira, setembro 28, 2007


Sai para a rua sem destino, caminha sem direcção, sente a brisa que a acarinha e nesses passos sozinha, absorta pisa o chão. Sente Paz, Serenidade e sem querer, sem reparar, converge em passo acertado o seu caminho para o Mar.
Descalça a sandália bege e ergue a saia comprida e com os pés na areia branca, ela segue decidida! Sente apenas o chamado, da maré que ali se abriga e sem medo, sem recato, dá a Alma à maresia. Paira doce o pensamento, espraia as mãos naquela areia...sente que ali se sacia, na noite de maré cheia. No bramir que se acentua nesta maré ao relento, faz das ondas o seu leito, e do vento pensamento. E sempre que a maré chega, coroada de branca espuma, deixa beijos marejadas e sentimentos na bruma...

segunda-feira, setembro 10, 2007

Plurais e escaladas...

- Hoje vamos subir o S. Brás!
Perplexa, detive-me naquele plural e até me ocorreu uma fala de um filme de animação (A Idade do Gelo) quando o Mamute explicava à Preguiça de uma forma clara que não o nós era pura ficção: “NÓS??? Aqui não há um NÓS, aliás se não fosse EU, nem existia um TU! Entendido?”. Confesso que tive uma enorme vontade de fazer papel de mamute, mas limitei-me a fingir que não tinha ouvido nada daquilo. Meia hora depois, tinha ao pé de mim, toda a gente equipada para escalar, subir e vencer o tal Monte de S. Brás. Máquina fotográfica, garrafas de água, calções, ténis…enfim… Quando me dei conta já tinha sido arrastada para o sopé do tal monte com toda a gente a decidir por onde havíamos de subir (haviam 2 caminhos), porque a descida seria feita por exclusão de partes.
Tenho vertigens! Yahp, daquelas vertigens que acrescem em perigosidade pela atracção pelo abismo… isto trocado por miúdos quer dizer, que face a altitudes que me apavoram, eu tenho uma tendência descontrolada para acreditar piamente que ultrapasso aquilo a voar. Ai Deuses… aquela manhã não estava nada a ser fácil… mas lá decidi seguir as hostes cantando para dentro o”i belive i can flyyyyyyyyyy” ( o que por si não era um bom presságio!), tentando verificar se as asas já tinham começado a crescer…
Os primeiros 100 metros já tinham ficado para trás e nós continuávamos a abrir caminho saltitando de pedra em pedra, de calhau em calhau, de silva em silva, de medronheiro em medronheiro, e a desbravar mato como se tivéssemos em plena selva amazónica. Eu começava a olhar para baixo, as pulsações aceleravam e o meu cérebro começava a emitir mensagens de “Pânico!” (e ainda nada de asas). Lembrei-me de um filme que tinha visto há pouco tempo e lamentei não ter ali um saco de papel para ir respirando lá para dentro, para evitar um ataque de pânico descontrolado… Tentei abstrair-me daquela subida e à medida que o fazia ia cantando de forma mais sonora e explicita a cantiguinha que até ao momento tinha sido cantada só para dentro! Perto dos 300 metros, cum catano…já mesmo no finalzinho, já não haviam nem pedras, nem calhaus nem nada, ou seja, tínhamos que emaranhar literalmente monte acima cerca de 5 metros (cheguei a pensar que se me ia dar ali uma coisinha, assim sem saber ler nem escrever!)! Agora sim, sentia-me mesmo quilhada de todo! Ouvi alguém perguntar-me: - Estás bem? – eu de olhar fulminante (sim, há mesmo este tipo de olhar, que eu bem sentia os olhos a quererem saltar das órbitas) respondi: - Yah, ‘tou bem… tirando o facto de ter vertigens, de me estar a conter há mais de 200 metros para não me atirar lá para baixo, e de estar com as pernas em autogestão a teimar tremer quando lhes estou a dar ordens para SUBIR, de ter transpirações de pânico de forma a fazer inveja ao próprio Obikwelo, e de estar com ganas de trucidar quem me convenceu a vir neste passeio…, tirando tudo isso tá-ssssssse! (só coloco aqui o que disse, recuso-me a colocar o que pensei… porque o que me passou pelo pensamento, contém resmas de palavras censuradas, e Himalaias de expressões cabeludas).
Devo ter sido suficientemente intimidativa, que as ajudas começaram a chegar aos trambulhões e com alguns desabafos à mistura, acabei por chegar ao topo do Monte! No topo, aquilo não estava a ser pêra doce! Primeiro, tive que controlar os batimentos cardíacos (até pensei que a qualquer momento tinha que recorrer ao desfibrilhador). Depois, tentei entrar em Zen…algumas vezes, muitas vezes, infinitas vezes… mas a ligação com Zen, estava indisponível (devia estar com falta de rede) …e por muito que eu gemesse AHUMMMMMMMMMMM…as tentativas revelaram-se absolutamente infrutíferas!
Passados alguns minutos, avisam-me que iamos começar a descer! Agora é que era! Agora é que íamos mesmo ter a burra nas couves!!! Tudo o que eu tinha tentado não ver durante a subida, estava agora ali, completamente escarrapachado à minha frente, com a agravante de não haver mato, nem árvores para esconder aquela descida a pique pela encosta daquele monte. Na descida haviam uns degraus em cimento, sem pontos apoio, que me fizeram desejar por momentos, ter em mim algo de Mulher Aranha, ou de Super Mulher, que num estalar de dedos me fizessem estar dali para fora, voando ou tecendo, que para mim, todos os fins justificavam os meios, o que por outras palavras, quer dizer, que eu já estava por tudo! Finalmente chegámos ao fim da descida e os meus sinais vitais retomaram aos poucos a normalidade! Respirei fundo algumas vezes, muitas vezes, tantas vezes, que ía ficando com uma over dose de Oxigénio. Senti que estava lentamente a passar de branco transparente para o meu lindo e fantástico moreno cobre. Todos os meus membros, começavam a reagir ás minhas ordens passando do estado paralisado para o estado rapidamente activo e desesperadamente apressado…Estava eu embrenhada neste regresso a mim, quando me dizem de forma efusiva: - Ena a subida foi mesmo fixe! Temos que repetir isto no Inverno!!!
Nessa hora não me contive e lá respondi: - Nos TEUS sonhos, só se for mesmo nos TEUS Sonhos!

sexta-feira, setembro 07, 2007

quarta-feira, setembro 05, 2007

E finalmente...o "meme"...


No regresso das férias, decidi iniciar as postagens com a resposta ao desafio lançado pela Alexia do blog Reinvenção. Andava mesmo com este desafio engasgado...mas um dia...
“Percorro , em passo hesitante, cada caminho de mim.
Escuto o sentir do compasso, marcado pela cadência desta cama de rede onde balanço.
O balançar definido, solto amplo e comedido, liberta o meu pensamento na magia do momento...
Mergulho nos “memes” da minha vida, tentando definir um que me sirva, de referência primeira...decisiva! Mas à medida que busco, as memórias surgem densas e descubro que de intensas, é impossível escolher, entre alegrias tristezas, entre duvidas e certezas, entre o que tenho ou irei ter! Opto por imprimir balanço ao trono feito de rede, e trauteio uma musica, uma canção de embalar , uma das que em pequenina, me ajudavam a sonhar. Chega então ao pensamento a angustia de alguns dias, os choros e desesperos, o pavor e tantos medos que se instalaram em mim, a lembrança dos minutos, que custavam a passar, dias que pareciam meses e o temor de adormecer sem saber se ia acordar. A força desse Sentir, que me tornou desmedida, foi um ponto de viragem...inicio de nova vida.
Enrosco-me na manta quente, olho o céu no meu balanço, deixo que a noite me abrace no manto de estrelas manso...e fico apenas ali, a sentir esta Verdade que imprime em mim cada instante, num sabor a Eternidade...”

quarta-feira, julho 25, 2007

Sonhos

Sonhei, que te passava as mãos no rosto num gesto de ternura intemporal. Os dedos ávidos de trajectos, os teus olhos de perguntar encontravam os meus, desenhando-lhes lentos compassos de espera, demoradamente lentos...
Devolvo o medo inquieto de que me saibas, como se fosse possível impedi-los de te beijar com a fúria de quem ama. O teu cheiro a entrar no meu corpo...A ternura a espraiar-se...
Os meus dedos a enrolarem-se nas palavras consentidas do teu silêncio, os meus lábios no desejo da comunhão do sentir, beijam-te baixinho, para que oiças a ternura límpida do meu aceitar.Solto-me de mim, para livre, me depositar na tua Alma e no teu Corpo.
No teu olhar a entrega da ternura...
No meu, a incerteza do amanhã...

segunda-feira, julho 02, 2007

Palavras na Areia





Ao quarto dia sem o ver, segui até ao terraço e encontrei em cima da mesa uma carta. Peguei cuidadosamente com um receio parvo de a rasgar sem querer, e li:

"Querida Concha:
No Mar existem muitas conchas. Umas bonitas e boas, e outras más e feias. Procurei as conchas boas, mas não as encontrei. Estavam partidas ou riscadas. Cortavam. Até que, um dia, a maré trouxe até mim uma concha. Colorida e transparente. Essa concha abriu-se e eu sentei-me lá dentro. Para sempre."

Li outra vez e mais outra até decorar todo o texto. Depois, sentei-me á mesa e tive vontade, pela primeira vez á muito tempo, de escrever um poema.
Fechei os olhos sob o sol generoso da tarde e escrevi mentalmente o que sentia naquele momento. Não já exactamente as palavras que acalentei no coração para responder aquela carta - a mais bonita que já recebi. Mas sei o que senti: medo. Um terrível medo terrível de não saber o que fazer com aquele sentimento grande, que se tornava maior do que eu. Medo de não estar á altura, de o desapontar. Medo de tudo não passar de um dos meus sonhos com coisas improváveis. E sobretudo, medo de o perder, embora tivesse agora a certeza do que aquele "Para sempre" significava.
Desci até á praia e consegui avista-lo atrás de um onda, a nadar com um peixe. Assim que me viu, acenou-me como que em chamamento. E eu chorei. Não sei se de alegria ou de pena de não ser mesmo essa concha transparente que ele pudesse transportar consigo nas fantásticas viagens que fazia diariamente por entre ondas, algas, e estrelas do mar.
Quando dei por mim estava á beira-mar. Descalcei os sapatos. A água fria
insistiu em acordar-me e eu não queria.
- Está quentinha! - disse o meu companheiro, saindo do mar e borrifando-me os cabelos com gotas salgadas.
- Está um gelo!
Riu-se.
- Senta-te aqui - pediu-me, puxando a dobra dos meus calções.
- Sabes... - prossegui eu.
- Encontrei um braço de lula gigante lá no fundo! - contou, eufórico, apontando a linha do horizonte.
- Eu queria dizer-te que...
- Deve ter havido uma luta com um tubarão.
- Credo! Há tubarões por aqui ?!
Gargalha estrondosa.
- Foi só para ver a tua cara! - e riu-se outra vez.
- Ouve, eu...
- Mas há raias gigantes. E lulas. E polvos de todos os tamanhos, lá no fundo, claro.
- Está bem, mas...
- Eu costumo encontrar alguns quando nado mais longe.
- Estou a ver. Agora o que queria dizer-te era...
- Corais é que não há. É pena.
Impacientei-me:
- Chiu! Importas-te de me deixar falar ?!
Riu-se descaradamente como que a desafiar-me.
- Estás zangada, é ?
- Por enquanto não, mas vou ficar se não me deixares falar! Detesto que me interrompam.
- Já sei tudo. - atalhou com o maior descaramento
- Sabes o quê, afinal, hein ?!
- Ora, que gostaste do meu poema e que até o sabes de cor.
Levantou-se para sacudir a areia dos calções. Eu fiquei boquiaberta, mas não me dei por vencida:
- Por acaso enganaste-te. Não era isso que ia dizer-te, embora seja verdade...
Com a ponta do pé atirou-me areia para o colo e voltou a enfrentar-me:
- Era isso que ias dizer, sim senhora. Eu sei.
- Então não vale a pena dizer-te o resto, pronto. E nesse caso, posso voltar para casa, não é ?
Pontapeou de novo a areia e disse descaradamente:
- Se quiseres ir-te embora, vai. Não me importo.
Irritou-me o que acabara de dizer e foi a minha vez de lhe atirar areia. Por falta de pontaria acertei-lhe em cheio nos olhos. Ele correu para o mar e eu fui atrás para lhe pedir desculpa. Como ele mergulhou, mergulhei também e fui apanha-lo um pouco antes da rebentação.
- Mostra os olhos! - pedi eu.
- Não faz mal...
- Desculpa. - disse eu baixo, tremendo de frio.
- Só se me disseres o que ias contar há bocado.
Olhei para trás, as ondas começavam a aumentar de tamanho e tive medo.
- Podemos conversar antes na praia ?
- Não! Aqui! - ordenou.
Mergulhei para ganhar coragem mas quando voltei á superfície já ele se tinha evaporado como de costume.
Senti então uma mão gelada no meu ombro.
- Ah ah! Apanhei-te!
Virei-me para ele. Os olhos azuis, cheios de agua e de sal, brilhavam como nunca e agora olhavam-me com a maior curiosidade.
- O que ia dizer-te, é que hoje compreendi...
- Que gostas muito mais de mim do que dantes. Eu também gosto mais de ti. Baixei a cabeça desolada.
- Porque é que nunca me deixas acabar as frases ?! Porquê ?!
- Porque não é preciso.
Viemos os dois a nadar até à praia. Depois deixamo-nos cair sobre a areia quente e seca. Em seguida, levantou-se bruscamente e deitou-se noutra posição, de cabeça em frente á minha, cabelos colados aos meus e murmurou.
- É tudo verdade.
- O quê ?

- Aquilo que eu escrevi.

Autor@: Mariana (a minha sobrinha, que eu amo, amo...amo!)

sexta-feira, junho 29, 2007

Tenho...

Tenho em mim a cor dos tempos, desse feito de momentos, em que os sonhos eram querer e a vontade era poder. Tenho as lutas e os instantes, em que exausta me quedava, envolvida pelo medo dos passos que ensaiava. Tenho os risos e alegrias, dos momentos que busquei e o orgulho assumido, concreto e tão definido de tudo o que conquistei. Tenho as dores do que perdi, dos meus sentires intrincados, das palavras mal empregues, dos sonhos alinhavados. Tenho universos de estrelas, em brilhos de amizade, partilhas doces e belas sentires feitos de verdade.
E tenho em mim o Amor, feito de entregas serenas, salpicado com aromas doutros tempos, doutras eras. Todo o Amor tem em mim, momentos de Eternidade, que imprimo na minha memória, com maior intensidade. E essas memórias, por vezes, chegam densas, incisivas, traçam marcas, sulcos fundos, definem a minha vida. São marcas escritas na Alma, em tons de dor e verdade e que autenticam o Amor, num sinal de Eternidade!


quarta-feira, junho 27, 2007

Ainda algumas nomeações....




Fiquei surpresa por me ver nomeada para a corrente das 7 maravilhas da blogosfera, não que eu não seja linda, fantástica, radiante, reluzente, resplendorosa e (muito importante), impetuosa, (podem também acrescentar o modesta, que vos está a pairar no pensamento)mas maravilhosa... alto e pára o baile! Maravilhoso, maravilhoso, é o Taj Mahal, As Pinturas da Capela Sistina ou ainda o George Clooney... De toda a forma, agradeço e faço vénias ao meu querido Guilherme, à fantástica e malabarista Ki e à doce e mágica Amstist. Sendo assim, tenho que nomear 7 blogs, (quase que começo a ser fã destas coisas mesmo ao género de Hollywood) estranhamente essa de repente, tornou-se a parte mais agradável da questão (haviam de ver o meu ar maquiavélico a florescer no rosto). Sendo assim, abro os envelopes (neste caso os links) passando assim aos finalmentes (nesta altura entam os volinos para tornar isto mais melodramático):


Amstist

http://www.amstist.blogs.sapo.pt/ - porque tem a capacidade de sonhar e acreditar no que sonha...O espaço dela, deixa-me rendida pelos brilhos e pelo ambiente que parece saído de um conto de fadas!



Coisas do meu querido Guilherme

http://coisasdogui.blogspot.com/ - porque sei que ele entende tudo o que eu pretendo e muitas vezes adivinha o que eu ainda nem pensei. Porque no seu espaço me faz entrar numa outra dimensão...e porque me fez descobrir que nesta realidade, também há espaço para Amizade.



Eternidade num momento

http://eternidadenummomento.blogspot.com/ - porque há anos que ele me envolve em tudo o que escreve, e porque por vezes, o sinto na primeira pessoa. Porque admiro a forma como ele consegue fazer dos sentimentos palavras e das palavras uma arte. É o que ironiza, e me deixa rendida. Tirando tudo isto, gosto dele porque sim!



Lágrimas de Luar

http://lagrimasdeluar.blogspot.com/ - porque me surgiu de forma calma e mansa, num período em que eu me senti particularmente atraída pela sua escrita. Por vezes levo dias até a conseguir comentar, apenas, porque tudo o que lhe digo se torna repetitivo. Nela, as palavras ganham sonoridade, cor, sabor, textura, apenas porque no seu cantinho, todas as melodias se escrevem em Lágrimas de Lua.



O Alquimista

http://alquimiadossonhos.blogspot.com/ - Este é um caso sério de Amor. Apenas, porque não o sei explicar, e como tudo o que não se consegue explicar se pode tornar sério, confesso que este é o meu caso sério!Por dia, páro neste blog vezes sem conta algumas vezes só para escutar a musica, outras só para ler o texto, e por fim, para fazer a comunhão das duas realidades, que me tocam sempre profundamente. O Alquimista prende-me a Alma, liberta-me os sonhos e deixa-me a pairar depois ao sabor do pensamento....



Reinvenção

http://alexiaa.blogs.sapo.pt/ - Este é um caso simples de Amor. Sei perfeitamente porque gosto do Reinvenção. Foi o unico blog que não vi nascer, mas que tive necessidade de ler desde o primeiro post. A escrita cativa, envolve e tranparece. Se porventura se pudesse reflectir num espelho o sentir de quem escreve, a Alexia seria aquela que melhor se veria, porque consegue ser apenas ela, de forma assumida, argumentativa e inteira. Sempre que estou Reinvenção, agradeço o facto, de um random me ter levado até ali, porque em definitivo, ela me faz muito bem. Este é um dos motivos, pelo qual nunca me canso de lhe dizer, que gosto muito muito dela...



Trampolim

http://trampolim.blogs.sapo.pt/ - A ki...ahumm... é uma verdadeira malabarista das palavras. Reflexiva, pensa na vida como ninguém.Profundamente filosófica emaranha o pensamento em palavras intricadas que se vestem de querer e de não querer. O Trampolim, define-se assim: "Há um mundo lá fora que grita saudade, que sente a distância como mágoa, a ausência como infinita e vive a cogitar o amanhã... O hoje é sempre um dia único, sente-o em plenitude, ao ritmo incessante da energia...", melhor, eu não conseguiria.



Regulamento

1. Podem participar na votação todos os bloggers que mantenham blogues activos há mais de um mês.


2. Cada blogger deverá referenciar sete nomes de blogs. A cada menção corresponde um 1 voto.

3. Cada blogger só poderá votar uma vez, e deverá publicar as suas menções no seu blog [da forma que melhor lhe aprouver], enviando-as posteriormente para o seguinte e-mail: 7.maravilhas.blogoesfera@gmail.com. No e-mail, para além da escolha, deverão indicar o link para o post onde efectuaram as nomeações. A data limite para a publicação e envio das votações é dia: 01/07/2007.

4. De forma a reduzir alguns constrangimentos [e desplantes], e evitar algumas cortesias desnecessárias, também são considerados votos nulos:

- Os votos dos blogger(s) em si próprio(s) ou no(s) blogue(s) em que participa(m);

No dia 7.7.2007 serão anunciados os vencedores e disponibilizadas todas as votações.

Apelo à divulgação desta iniciativa junto a todos os bloggers interessados em reconhecer publicamente o esforço, a dedicação e o talento para a arte de blogar de alguns dos seus congéneres.



Posto isto, dou por findo mais uma edição da entrega dos meus Óscares, sim, porque não sendo definitivo, são para mim os que me fazem sentido!

Repto do Amigo Guilherme

Bem, hoje respondo ao repto lançado meu amigo Guilherme (de repente dei-me conta que tenho que seguir uma ordem nos reptos, tantas são as solicitações), que consiste em falar um pouco sobre os últimos livros que li, ou que esteja a ler. Ora, então, decidi fazer um apanhado de alguns livros que me embalaram desde o início deste ano tentando resumi-los o máximo que consiga...

A Conspiração – Dan Brown

Conspiração audaz para lançar o mundo num vórtice de controvérsia. Quando um satélite da NASA descobre um estranho objecto entranhado nas profundezas do gelo do Árctico, a agência espacial vangloria-se de uma vitória de que muito necessita. Uma vitória com profundas repercussões para a política interna da NASA e para a futura eleição presidencial.

A Ilha das Trevas – José Rodrigues dos Santos

Romance onde o real dialoga com a ficção. A história de um Timorense que assiste, juntamente com a família, á saída dos Portugueses de Timor-Leste. Um romance aliado à narrativa histórica que relata de forma intensa a invasão indonésia que teve início em 1975, e que culminou em 1999 com o referendo que trouxe a independência a Timor.

Codex 632 – José Rodrigues dos Santos

Livro que tenta levantar o véu sobre a verdadeira identidade de Cristovão Colombo. Baseado em documentos históricos, transporta-nos para uma viagem no tempo, num jogo de espelhos onde a ilusão disfarça o real para dissimular a verdade.

A Fórmula de Deus – José Rodrigues dos Santos

Prova cientifica da existência de Deus. Livro que se baseia nas ultimas descobertas cientificas nos campos da física, da cosmologia e matemática. Envolve-nos numa viagem até ás origens do tempo, à essência do Universo e ao Sentido da Vida.

Só o Amor é Real – História do encontro de Almas Gémeas – Brian L. Weiss, M.D

História de um casal, que através de várias regressões descobrem a existência de laços que os unem através dos tempos.

“Já aqui estive antes,
Mas como ou quando não sei dizer;
Conheço a relva para lá da porta,
O cheiro doce e penetrante,
O som sussurrante, as luzes junto à costa.
Já antes foste minha-
Há quanto tempo, não sei dizer:
Mas no momento em que o voo daquela andorinha
O teu pescoço curvou assim,
Algum véu caiu,- soube tudo dos tempos antigos”

O Corpo – Richard Ben Sapir

Numa escavação rotineira em Jerusalém, encontra-se um esqueleto com estranhas marcas alaranjadas de oxidação, indicativas de ter sido crucificado. Uma placa de argila sobre o corpo, ostentava a inscrição “Rei dos Judeus” em aramaico. Mergulha-se de imediato na excitação do que é impensável, inacreditável, do acontecimento que simplesmente, não podia ter acontecido.

O Mito de Camões em Itália – Henrique de Almeida Chaves

Seguindo o rasto nas bibliotecas de toda a Europa, mas especialmente nas Italianas, desde Marciana de Veneza à do Conservatório Nacional de Santa Cecília em Roma, desde Nápoles até Florença, Bolonha e Génova, coligiu e fotocopiou documentos realizando um trabalho de estudo de comparística de que hoje, no clima de unidade europeia, se começa, mesmo em Itália, a sentir falta.


Para terminar, agora terei que nomear 5 blogs, o que me parece uma tarefa complicada. Sendo assim, tchaaaaannnn tchannnnnnn tchannnnnnnn, the nominees are:
Amstist - com um beijo na doce ternura da amizade :)
Eternidade num Momento - Com alguma curiosidade confessa :)
Reinvenção - Porque gosto da forma como ela encara estes reptos :)

e peço desculpas por só nomear estes blogs, mas de momento três parece-me um nome místico de levar em linha de conta! :)

Para ti, Guilherme, muitos beijos embrulhados nos meus abracinho!!!

quinta-feira, junho 21, 2007

Para Obras...


Faço pinturas com o que sinto, e nesta tela sentida, dou pinceladas de vida para marcar o meu caminho. Esbato em mim os tons marcados na valentia e insensatez e são esses que revestem, esta pele em que me vês. Não quero em mim os tons vivos, tons rasgados, nem sorrisos disfarçados medidos em muita cor. Prefiro os tons marchetados, esbatidos e esfumados comedidos e marcados de intensidade e sabor. Sei que a vida me prendeu em lugares onde quis estar, mas agora realizo, que me sinto a sufocar. Tiro então lições de Vida, essas que ela nos ensina, que só se vive aprendendo e aprende quem se estima. Ponderei cada palavra, cada pedaço de mim, cada cor onde me vejo, lembranças tantas… sem fim! Entrei assim nesta fase de reconstrução interior, decidi fechar para obras e limpar o desamor: Do sótão até à cave, esvaziei todos os pisos, libertei todo o sentir, de momentos imprecisos. Escolhi o aproveitável, bom para a minha vida, o que era reciclável deixei em caixa escondida. Tudo o resto foi para o lixo, levou um chá de sumiço, quero para mim a vida, que me dê o que eu preciso!Depois da casa arrumada, limpa fresca e arejada pouca coisa me ficou. Memórias?...algumas foram guardadas, algumas outras queimadas, outras o tempo apagou! E preparo desta forma mais um novo recomeço, traço um mapa dentro da Alma, que me leve ao que mereço!

terça-feira, junho 19, 2007

A arte de dizer as coisas


Aproveito, e com este conto, respondo ao repto lançado pela Amtist...porque a forma como dizemos as coisas definirá sempre a forma como os outros no olham...

"Uma sábia e conhecida história diz que, certa vez, um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse seu sonho.
- Que desgraça, senhor! - exclamou o adivinho - Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade.
- Mas que insolente! - gritou o sultão enfurecido - Como te atreves a dizer-me semelhante coisa? Fora daqui!
Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem cem açoites. Mandou que trouxessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho. Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe:
- Excelso senhor! Grande felicidade vos está reservada. O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes.
A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao adivinho. Quando este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado:
- Não é possível! A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito. Não entendo porque ao primeiro ele pagou com cem açoites e a você com cem moedas de ouro.
- Lembra-te meu amigo - respondeu o adivinho - que tudo depende da maneira de dizer as coisas ... Um dos grandes desafios da humanidade é aprender a arte de comunicar. Da comunicação depende, muitas vezes, a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra. Que a verdade deve ser dita em qualquer situação, não resta dúvida. Porém, a forma com que ela é comunicada é que pode provocar grandes problemas. A verdade pode ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançarmos no rosto de alguém pode ferir, provocando dor e revolta, mas, se a envolvermos em delicada embalagem, e a oferecermos com ternura, certamente será aceita com felicidade. "

segunda-feira, junho 11, 2007

A VOZ DO MAR


Porque o Mar é muito importante para mim, e porque gosto de partilhá-lo com pessoas especiais, aqui vai do fundo do coração um pequenina história para a Margarida.


O Artur sentiu sobre a orelha uma coisa muito fria, com um som...
- O que é, mãe?
- Não ouves?
Sim, ouvia. Era um som pesado lá ao longe e que depois vinha, vinha e subia, e que depois se tornava mais brandinho, para logo voltar a vir de longe. Parecia música, mas não era bem música. E talvez fosse. Bom, não seria bem música.
- O que é, mãe? - voltou a perguntar. - Que barulho é este?
- É o mar... É a voz do mar...
- A voz do mar?!
- O mar fica longe, mas a voz meteu-se aí dentro. Isto é um búzio.
- E onde nascem os búzios?
- No mar.
-Então é por isso que se ouve...
- Pois é. As ondas fazem um barulho assim quando se ouvem ao longe. E a gente está longe. Não ouves a voz que lá vem?
- Oiço.
- E depois quebra-se assim como as ondas na areia.
- Então isto é o mar? O mar é o oceano. No mapa chamam-lhe oceano. Parece que há vários... . Eu já ouvi aos que andam no quarto ano: é o Oceano Atlântico, o Oceano Índico...
- Não achas que mar é mais bonito?
- Pois é, mar é muito mais bonito.
De repente, fechou os olhos e juntou as duas mãos sobre o búzio, apertando-o contra o ouvido.
- Agora deve ser um navio que lá vem. É mesmo, é, é um navio...
A mãe aproximou o ouvido, desviando o lenço.
- Não ouves?
Não, a mãe não ouvia. Mas o importante para ele era ter o mar apertado entre as mãos. Lá vinha uma onda... e outra.


Alves Redol, Histórias Afluentes

quarta-feira, junho 06, 2007



Um dia, houve alguém, que deu vida, ás fadas mais lindas que alguma vez já li. Foi nesses textos que me cativou, e foi sempre neles, que eu fiz questão de o reter. Espero, que ele não se importe, de ver um conto dele no meu espaço, mas eu apenas me limitei a retirar do blog da Margarida, o conto que ele lhe tinha contado...


"As fadas não existem ... pelo menos é o que se diz (muitos contos de fadas começam assim). Mas, quer existam ou não, eu conheço uma. Uma fada à séria, com tudo o que uma fada deve ter. Não, não falo de varinhas mágicas, nem de chapéus em bico ou tiaras na cabeça (essas não existem mesmo). Falo naquilo que que só as fadas que existem têm: é pequenina e tem olhos verdes, é linda como uma alga do mar. Não daquelas algas castanhas e pesadas, que se afundam e misturam com a areia. Não. É como aquelas algas verdes, que flutuam e brincam com a espuma das ondas, e que nunca se afundam por mais fortes que estas sejam. E é tambem como a lua que, mesmo quando não se vê (porque é nova ou está atrás das nuvens), está sempre presente.Esta nossa fada (ou melhor, esta minha fada, pois fui eu que descobri que ela era fada) nem sempre foi fada. Primeiro foi gente, gente como nós, que vivia a sua vida como qualquer um: dormia, comia, trabalhava e divertia-se. Às vezes estava triste, outras vezes estava contente.Um dia a fada (que ainda não era fada) estava triste e sozinha. Tão triste e tão sozinha que foi até à praia (sempre gostou de praia, mesmo quando era gente, embora nunca tivesse tomado banho no mar), sentou-se nas rochas e chorou baixinho. Ela nem sabia bem porque chorava... talvez porque estivesse triste, talvez porque estivesse sozinha. E chorou aquilo que precisava.... Enquanto chorava, a maré subiu e veio uma onda. Ela, precipitadamente, levantou-se e..... escorregou e caiu à água salgada. Foi então que a fada, que até aí não era fada, começou a ser uma fada de verdade. Continuou pequenina como já era (as fadas boas são sempre pequeninas), os olhos ficaram ainda mais verdes, e o cheiro do mar e das algas passou a ser seu.Quando se levantou, molhada e cheia de areia, percebeu que algo tinha mudado em si. Olhou à volta e viu que a noite tinha caído. A lua lá estava, quarto crescente, no céu escuro, ao lado das estrelas. Fechou os olhos de mansinho e, como já era um bocadinho fada, sentou-se na lua e deixou-se levar pelo sonho. Quando os voltou a abrir (mais verdes e brilhantes do que nunca), estava de volta à praia mas agora, mesmo fada por inteiro, com a lua a abraçar-lhe os ombros e o mar e as algas a envolverem-lhe as pernas.A fada, agora que é mesmo fada, não deixou de chorar. Chora quando está triste, como qualquer outra fada (foi assim, por esta fada, que fiquei a saber que as fadas também choram). Mas já não chora quando está só ... porque nunca mais esteve sozinha na vida. Tem sempre a lua e o mar por companheiros.É esta a fada que eu conheço. Conhecer não é bem o termo, porque verdadeiramente nunca a vi. Mas sei que existe e que anda por aí, na companhia do mar e da lua, a espalhar o sonho por onde passa. Se um dia a encontrarem (como alguns a encontraram sem o saber), tratem-na bem... E enquanto a não encontram, continuem a sonhar ... é a melhor janela para que uma fada de verdade possa entrar nas vossas vidas.E quando vos disserem que as fadas não existem ... duvidem!"

Autor: fdarkeyes

segunda-feira, junho 04, 2007

A linda Chinelinha


Estava a linda chinelinha, a varrer a sua casinha, quando de repente encontrou um saquinho de dinheiro. Pensou logo em arranjar um namorado para poder casar. Foi logo para a janela e desatou a perguntar:
- Quem quer casar com a chinelinha que é bonita e engraçadinha, e que nas noites de Verão junto do mar gosta de andar?
Apareceu logo um sapato, muito brilhante e elegante!!
- Quero eu, quero eu!!
- Como te chamas e do que gostas?
- Eu cá sou o sapato, e gosto muito de usar, atacadores bonitinhos para me embelezar! Gosto de dias de Inverno com muita chuva e frio para manter o meu dono confortável e quentinho.
- Tenho pena sapatinho, não posso contigo casar porque gosto muito do Verão para poder passear!!
Dito isto, o sapato foi-se à procura de uma noiva e a chinelinha continuou a pergunta:
- Quem quer casar com a Chinelinha que é bonita e engraçadinha, e que nas noites de Verão junto ao mar gosta de andar?
Apareceu uma bota alta que se apressou a responder:
- Quero eu, quero eu!!
- Como te chamas e do que gostas?
- Eu sou a Bota Alta, gosto de chuva e de lama, quando o meu dono chega a casa põe-me logo na varanda. Resisto à chuva e ao vento, melhor do que eu não existe, casa comigo chinela, vais ver que não ficas triste.
- Não posso casar contigo, não gosto de chuva e lama, e não quero imaginar uma bota na varanda.
Depois desta resposta, a Bota desapareceu, mas apareceu em seguida um chinelo de quarto:
- Quero eu, quero eu!!
- Como te chamas e do que gostas?
- Eu sou o chinelo de quarto e em casa gosto de estar, ando da sala para o quarto sem nunca eu me cansar. Eu nunca saio de casa, não tenho grande ambição para além de ler revistas e ver muita televisão.
- Desculpa chinelo de quarto, mas para mim não há remédio se eu cassasse contigo ficava cheia de tédio. Sabes sou a chinelinha que gosto de passear e a minha vida em casa não consigo imaginar:
O chinelo foi-se embora, só um pouquinho zangado e apareceu logo depois um ténis muito apressado:
- Quero eu casar contigo, minha linda chinelinha!!
- Como te chamas e do que gostas?
- Eu sou o ténis veloz, gosto muito de correr, por montes, rios e vales, nada me pode deter! Corro todos os caminhos não gosto de estar parado, o meu dono quando me usa fica muito transpirado!
-Tenho pena, caro amigo, não vou contigo casar, gosto de ver as paisagens sem que haja nada apressar. E depois devo dizer, sem querer ser ousada, detestava sentir-me sempre muito transpirada!!
O ténis continuou sempre em passo de corrida, até que surgiu um sapatinho de bébé :
- Eu quero casar contigo!
- Tu? Tão pequenino? Como te chamas e do que gostas?
- Eu sou o sapatino de bébé gosto muito de brincar com bonecas e carrinhos e gosto de passear. Gosto de jogar à bola e de correr no jardim, as crianças endiabradas é que gostam bem de mim. Gosto de ficar rotinho depois de ser bem usado é sinal que as crianças não me deixaram de lado!
-Sapatinho de Bébé, tens que crescer um pouquinho para poderes vir a ser o meu grande maridinho. Vais ficar com um espaço neste meu coraçãozinho vai brincar lindo sapato, mas antes dá-me um beijinho.
O Sapato de Bébé deu um beijo à chinelinha e foi-se embora feliz.
Aparece então o chinelinho.
- Eu cá quero casar contigo, minha linda chinelinha!!
- És muito parecido comigo.... diz-me lá o que tu gostas!!
- Eu sou o Sr. Chinelo e no Verão gosto de dar longos passeios na praia sem nunca eu me cansar. Gosto do canto dos pássaros, de rir e de namorar, gostava linda chinela de contigo vir a casar.
- Gostas de tudo o que eu gosto e és comigo tão parecido que eu tenho quase a certeza que vais ser o meu marido.


Depois de muita procura acabou por encontrar um namorado parecido, para com ela casar.
( e agora um segredo nós vos vamos contar: Se alguém os quiser ver, estão na praia a namorar)!!!

sexta-feira, junho 01, 2007

A Almofada do Luar


Cai uma folha no Outono
Sobre a toalha de Linho
E lembra-me a cor do sonho
Quando as aves fazem ninho.
É uma folha Amarela,
Que empurrada pelo Vento,
Vem colar-se à janela,
Sob o tecto do relento.
E eu, ao vê-la poisar,
Adormeço de repente
Na almofada do Luar.

Luís Infante
“Poemas pequeninos para meninos pequeninos”
Gaialivros

quinta-feira, maio 31, 2007

Para ti Margarida...


Há coisas que simplesmente não consigo explicar. Tudo o que se prende com os meus afectos, costuma ser para mim um território onde eu não me atrevo a grandes incursões, limitando-me apenas a Sentir e a deixar fluir. Faço as minhas entregas de acordo com o que recebo, mas há momentos em que o que recebo é infinitamente grande! Alguns de vós saberão, que a aproximação do mês de Junho, me trás de forma intensa a memória da Margarida! Desde o momento que a conheci, em www.vida.blogs.sapo.pt, soube, que a haveria de recordar para sempre e que a guardaria em mim de forma desmedida. Durante vários momentos, ao longo do tempo, busquei e guardei a Margarida no pensamento. Este ano, decidi contar-lhe histórias no decorrer do mês de Junho! Escolhi o Mês que ela mais gostava, a musica que ela mais gostava, e o que ela mais gostava, as Histórias! Ficará assim a homenagem à menina que nunca conheci, mas que, vá-se lá saber porquê, nunca me saiu do pensamento...

segunda-feira, maio 28, 2007

Reflexos e reflexões...



Tenho saudades do dia em que não nos tínhamos encontrado, do que não nos vimos pela primeira vez, em que não te tinha achado. Desse em que nunca nos tivemos, em que calaste o que eu queria ouvir, desse em que sonhando te podia sentir. Tenho sede da noite em que nem começámos a beber-nos, fome dos momentos em que não estávamos um no outro, em que nos devorávamos sem sabermos. Desenho com detalhes tudo o que não aconteceu, o amor que não explodiu, o desejo que não cristalizou, o tudo e o nada que surgiu...E é uma saudade tão grande... como se nunca houvesse acontecido, tal este afago que te mando e que, ainda assim, estará perdido. Tratarei de dizer-te, sem palavras, que a solidão é uma inquilina vitalícia e nefasta, e que a esperança esconde no seu franzido um punhal fechado a aguardar o momento de ser usado, enquanto docemente te embalo e envolvo no meu fado. Tentarei tornar tangível o gesto esboçado, rasgado e com ele, mais que abraço, neste meu corpo eu te enlaço em laivos de mel e fel. Enquanto não acerto a construir as frases que sejam reflexo fiel do que sinto, terminarei este dia lambendo-te as feridas com este meu silêncio inscrito em prosa, tentando aprisionar-te neste meu tempo Infinito em que te sinto preso a mim inscrito em glosa. Vou revendo os instantes e reparo que o tempo, a destempo, me ensina a dizer que te amo, que o passo a recordar-te, seja cedo ou seja tarde, a qualquer hora, quando nem sei se o dia acordou - ou se a sua noite se deitou – mas sei que estarás sempre neste espaço em que me dou. E estes minutos que passam, que teimam tornar-se nas horas em que te lembro, horas perdidas vagas, em que te tenho no pensamento... E as horas tornam-se em dias, onde revivo os instantes, destas memórias intensas, desmedidas, ensandecidas...errantes! Dias que apenas desatam as palavras que, impunes, sem medo, descaradas se escrevem quase por si. E todas as letras que escrevo, sinto-as tal como um degredo, exorcizadas de mim...

quarta-feira, maio 23, 2007

Esta noite repousei os meus lábios, na brancura vaga do teu corpo etéreo

Percorri-te as sombras torneadas,

desfolhei os mantos claros que cobriam as tuas formas brandas, que cobriam o teu sentir

Lentamente estendi-te as minhas mãos, percorrendo-te

Como se o tivesse feito por mais de mil vezes, sem escutar o pêndulo incessante do relógio..

como se não houvesse tempo, como se não houvesse Espaço

e tudo fosse senão um rumor vago na minha consciência...

E tu, erguendo a tua adaga de formas curvas e afiada

Desferiste em mim a sua lâmina ácida e fria

Com assomos de violência e rosto sem compaixão

Mas não me roubaste a vida, nem me fizeste verter sangue

…Simplesmente roubaste-me a alma…….

sexta-feira, maio 18, 2007

Compasso de espera



No horizonte recortado,
pelo vermelho - sangue de anjos caídos,
Entre o soluçar frio e triste da brisa Outonal,
Percorreu lentamente as imensas escadas frias e mudas.
Acompanhado pelas sombras das gentes,
Que consigo caminhavam em silêncio,
e por entre as candeias trémulas,
os seus olhos reluziram como ouro.
Do alto da grande torre severa e negra
Viu o brilho suave e ténue dos últimos raios de sol
Que teimavam dançar entre a copa alta das árvores.
Fechou os olhos marejados de saudades
E ouviu então o murmúrio lânguido doce da sua voz
Convidando-o a repousar no leito cristalino do rio
Que teimava em não descansar,
Até sentir de novo o seu abraço terno,
Para de novo unidos e como um só,
Rumarem para poente e desaguarem,
Nesse imenso mar!

Se eu fosse Matemática...




Se ao menos no pensamento,
Eu fosse mais racional,
E reduzisse os Sentires,
A um produto ou um total...

Se ao menos eu fosse Lógica,
Sabendo o Falso e a Verdade,
Conseguisse eu entender,
Toda esta dualidade...

Se ao menos fosse Analítica,
Provando por A+B
Conseguisse eu convencer-me,
A ter só o que se vê....

Mas...Deuses, sou Emotiva...
...Existe a Relatividade...
...Há as excepções à regra...
E lá se vai a Verdade!!!

(E enquanto vou pensando,
Vai ficando acentuado,
Que cada vez sou mais um 8,
Um Infinito, deitado...)

quarta-feira, maio 09, 2007

Senti a falta de mim...


Senti a falta de mim...
Dos Sonhos, de querer Voar,
Senti a Falta do Riso...
De Sorrir ao despertar!
Senti a falta do Canto...
De embalar e adormecer,
Senti a falta de tanto...
De não querer para não perder!
Senti a falta dos beijos
Dos mimos, das alegrias,
Senti a falta da Vida,
De a ver esgotar-se nos Dias!
Senti a falta de mim...
Estive de mim tão ausente...
Que quase então me perdi,
Mas estou em mim novamente!

sexta-feira, abril 27, 2007




Aqui no tempo indefinido do espaço onde te tenho...
Mil anseios suspensos na esperança de que me encontres
Onde cada momento não dura mais que mero instante
-
T
er-te-ei sempre assim de forma errante
E errando partirás então, deste meu Sonho....

segunda-feira, abril 16, 2007

Namorados do Mirante


" ...porque eles serão sempre mais antigos que o silêncio...”



Eles eram mais antigos que o Silêncio
A perscrutar-se intimamente os sonhos
Tal como duas súbitas estátuas
Em que apenas o olhar restasse humano.
Qualquer toque, por certo, desfaria
Os seus corpos sem tempo em pura cinza.
Remontavam ás origens – a realidade
Neles se fez, de substância, imagem.
Dela a face era fria, a que o desejo
Como um hictus, houvesse adormecido
Dele apenas restava o eterno grito
Da espécie – tudo mais tinha morrido.
Caiam lentamente na voragem
Como duas estrelas que gravitam
Juntas para, depois, de um grande abraço
Rolarem pelo espaço e se perderem
Transformadas em magma incandescente
Que milénios mais tarde explode em Amor
E da matéria reproduz o tempo
Nas galáxias da vida no infinito.

Eles eram mais antigos que o silêncio...

Vinicius de Moraes


quarta-feira, abril 04, 2007

Momentos


Agarro lentamente, os grãos de Vida, que deixei escoar entre os meus dedos. Colo cada pedaço de mim, tentando renascer em cada suspiro, em cada sopro. O Vento, sopra-me esperanças num futuro que se me afigura incerto e eu tento segurar cada brisa com a sofreguidão de uma Alma que por momentos se perdeu em prantos e angustias.
Busco do Mar apenas a memória do bramir manso que me acalma e do rendilhado branco de espuma na areia. Sempre achei que o Mar, de tão tumultuoso, contrastava e equilibrava a minha balança emocional... mas hoje, o Mar, iria sentir-se sereno de me encontrar. Por isso, não o busco, só o invoco!

Vou caminhar, não sei para onde ou que lugar...até quando.. não sei...mas sei que enquanto eu puder, jamais me deterei!

quarta-feira, março 14, 2007

Apetece-me...


Apetecem-me as caminhadas sem destino. As que não se marcam pela cadência da vontade, mas que ganham forma na impetuosidade dos meus passos. Apetecem-me as definições indefinidas, que pouco dizem, mas que tudo abarcam, deixando em aberto a duvida sobre o meu querer e a minha vontade. Apetecem-me os sorrisos cúmplices e as mágoas partilhadas, e os desejos fortuitos de noites sonhadas! Apetecem-me os silêncios que me libertam, na mudez das coisas que eu não digo, mas que apenas sinto! Apetece-me, nada me apetecer e ficar apenas a saborear a inconstância dos momentos que só eu entendo e dos quais apenas eu sou medida!

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Dias Dificeis


Há dias difíceis na vida de uma pessoa. Ooooh se os há, e decididamente, hoje é um dia difícil. Acordei, com um telefonema a meio da madrugada. Como é óbvio, acordar ás 3 da manhã com o toque do telefone é de pôr qualquer um com os cabelos em pé. Foi mesmo assim de cabelos no ar, que no meio da atrapalhação de sair do quarto entrei no roupeiro. Lembro-me vagamente de isto já me ter sucedido uma vez, e recordo que esse dia também foi difícil. Bem, depois de ter encontrado a porta do quarto, e enquanto ouvia o telefone, fiz um esforço sobre-humano, para tentar ficar calma. Assim que encontrei o aparelho, quem quer que fosse, desligou o telefone, deixando-me entregue a um misto, de fúria lancinante, e descanso furioso (como pedem ver…a fúria está lá... latente!). Arrastei-me até à sala pensado que quem telefonou ligaria de novo. Peguei no comando da televisão e fiz um mini zaping , saltando de canal em canal, qual sapo, em época de acasalamento. Confesso que já perto das 4h da manhã, estava bastante enjoada (não consigo entender, como se consegue fazer zaping por mais de 30 minutos), decidi então ir fazer um chá de Ervas. Entrei na cozinha sem me lembrar que havia iniciado as limpezas gerais, o que significa que lentamente a cozinha foi ficando cheia de coisas que em circunstâncias normais lá não estariam. Então comecei por tropeçar na enceradeira e seguiu-se, a uma velocidade vertiginosa, um banco de cozinha (que servia de apoio ao pano de pó e ao spray de limpeza), o balde (com esfregona e tudo) e a bacia (que eu insisto sempre em ter por perto em alturas de grandes limpezas, vá-se lá saber para quê!). A minha Sorte é que a cozinha é pequena, e que não deu para mais emoções. Para já estava no chão, finalmente em segurança. Tive vontade de me arrastar até à chaleira, mas pensei para com os meus botões:
- Nã….hoje, já não te vai acontecer mais nada! Já tens a tua dose…relaxa, respira fundo, conta até 10, don’t worry!
Fui à procura das saquetas do chá, pensei que o chá de Tília me traria alguma tranquilidade. Agora sim estava mesmo a ficar mal disposta, e não havia chá de Tília, contei de novo até 10, mas a contagem já não estava a resultar. Cerrei os dentes, disse umas 20 coisas (daquelas que não se dizem), pensei numas 50 iguais a essas, e olhei para as saquetas de chá com olhar de desafio. Estava já muito irada confesso. Estendi a mão e apanhei a primeira saqueta que me apareceu. Fiz um litro de chá e bebi descontroladamente umas goladas daquilo. Achei que começava a ficar calma, e fui bebericando, até acabar o resto do chá. Acompanhei com umas bolachinhas de água e sal, e por volta das 5 da manhã, estava capaz de me ir deitar. De repente, mas assim não sei bem de onde, começou uma dor de barriga que não parava, eu pensei que tinha comido alguma coisa que me tivesse feito mal, e passei revista a tudo o que comera, mas não consegui encontrar um bode suficientemente expiatório, para a minha dor de barriga. Foi então que me lembrei, que na minha última incursão ás prateleiras do super mercado, havia deparado com um chá laxativo, que achei interessante ter em casa, como mezinha de socorro, em caso de necessidade! Pois bem a minha mezinha estava a revelar-se um verdadeiro pesadelo. Como se tal não bastasse o meu marido, que tinha acordado com e telefone e depois com a minha queda monumental, não perdia uma oportunidade de resmungar ainda mais alto que os meus gemidos. Eu gemia e ele resmungava, um dueto perfeito! Quando o despertador tocou, eu estava mesmo capaz de ir dormir, mas não, insisti em dar continuidade a esta minha saga (devo ter em mim uma costela oculta Sadomasoquista), embrenhando-me à séria na arte dos pequenos-almoços e dos lanches dos meus filhos. Preparei a comida de toda a gente (mas eu recusava-me a comer), vesti os meus filhos, arrumei o computador do meu marido, preparei os livros para os meus filhos levarem para a escola, fui apanhar a roupa que tinha estendido, vesti-me, e dei comigo fora de casa, mas com as chaves da parte de dentro. Ou seja, eu estava na rua, mas as minhas chaves não! Aí sim…zanguei-me mesmo à séria! Senti as narinas a abrir e a fechar, senti a respiração descontrolada, e pior que tudo, não senti a mínima vontade de me controlar! Decidi ir a pé para o trabalho, mas ai de quem me perguntasse se eu estava boazinha…é que nem se atrevessem a perguntar-me nada! Foi então, que a deslocar-me quase á velocidade da Luz, cheguei ao meu trabalho. Assim que cheguei, a minha colega de trabalho mais gentil, perguntou-me com um sorriso esparramado na face:
- Estás boazinha?- então passei em revista os acontecimentos dessa madrugada, e esforcei-me por pensar que tudo podia ter corrido muito pior. A noticia do telefonema podia ter sido grave, podia ter tropeçado na enceradeira carregada de cera, podia ter baldeado o balde cheinho de água, podia ter abalroado ao bacia cheia de bugigangas, podia ter tomado um chá laxativo que fosse simultaneamente diurético...enfim....bem vistas as coisas nem foi má de todo!!! Enchi o peito com ar, e num suspiro, respondi-lhe:
-Sim Milúcia, está tudo bem!

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

As Palavras

As palavras, marcam-se e distinguem-se nos retornos.
Elas, têm a capacidade de edificar os sentires, e de fazerem ruir uma vida, como num castelo de cartas! Sempre me imaginei cúmplice das palavras. Sempre soube, que as deveria usar com a moderação que a minha consciência ditava, e por isso, desde pequena, que recorri a elas, como bóia que me mantinha à tona da sanidade.
Muitas vezes, me prendi em palavras que me tocaram. Muitas vezes me deixei viver em palavras que fui ouvindo, ou lendo. Fiz delas sentir, e escolhia-as para mim. Gostava da magia das palavras, que sem dar conta, se instalavam e me faziam ir muito para além do que eu queria, apenas porque a elas, eu não negava a minha entrega, e não renunciava o prazer que elas me davam.
Também nesses momentos densos, em que as palavras eram protagonistas, a musica acentuava sempre o significado das palavras, talvez porque a musica, fosse a primeira forma de linguagem universal que cruzou a minha vida.
Gosto das palavras sentidas, intensas, densas, desmedidas...
Detesto o tom rude das palavras que se vestem de ironia, especialmente quando nascem do despeito e se tomam como certas, em momentos de menos clareza!
Por isso, também eu, gosto de me enroscar nas palavras, mas, sei bem porque gosto, porque elas, são em definitivo, parte de mim!

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Dia dos Namorados


Atenta ao teu olhar, sigo o sorriso,
Que me incendeia a pele e me sacia,
Que se esbate entre o verde e tom de mel
Mas que me faz amar-te mais dia após dia!

Não são olhos comuns, iguais aos outros
Pois fazem-me ansiar o terno abraço,
Envolvem-me em sentires mansos e loucos,
Hipnotizam-me, se adormeço em teu regaço!

Não são olhos comuns, onde me abrigo
Esses teus, onde insisto em me perder
Procuro languidas, as palavras vãs sem sentido
Que só num poema é possível descrever!



segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Entre o passado e o presente

Distante ficou o tempo...
Em que te tinha presente,
Ficou preso num passado
Mas sempre em estado latente...
Pensavas que encontrarias,
No regresso a porta aberta,
Mas depois de teres partido,
Eu parti para parte incerta!
Perdi-me em tantos sentires
Tantas coisas por dizer...
Nas figuras desenhadas
Na dureza do não ter.
Mas perdi-te para sempre,
Em pensamentos tão meus,
Ficará sempre a memória,
Mas basta! Digo-te Adeus!

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Pensando...


Eu não sei onde me encontro...
Em que malhas me teci,
Com quantas vidas existo,
Quantos momentos perdi!
Talhei-me de riso e prantos
De alegrias e tristezas
De caminhos tão errantes
De dúvidas e de certezas!
Vesti-me de Sol e Lua...
Mergulhei em cada Mar,
E deixei a Alma nua,
Na brandura de um Olhar.
Vesti-me de muitas cores,
E em todas elas achei,
Berço para todas as dores,
Quando me perdi e encontrei.
Foi tão grande a caminhada,
Tão intensa e desmedida,
Que hoje, fico parada,
Pensando apenas na Vida!

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Concílio dos Deuses à lá Diogo



“ No Olimpo, reunidos os Deuses,
estava aberta a discussão,
Portugueses chegam à Índia
Será possível ou não???”

Pergunta Vénus a Baco
Como é que isto irá ser?
Qual a tua opinião?
Que havemos nós de fazer?

Baco olhou para Vénus
Com ar bem desconfiado
E pensou para si....
Não tarda já estou tramado!!

Eu penso que os Portugueses
Não deveriam chegar
A terras onde outros tempos,
Deveria eu dominar!!

Se bem que os fados digam
Que eles devem lá chegar
Tenho em mim grande esperança
Que lá não devam tocar!

Retorquiu Vénus a Baco
Com grande convicção
“Não podes ser egoísta
E ter a Índia na mão!”

Tu queres é vida de vícios
Farra e desolação
Eu sou pelos Portugueses
Que me têm no coração

Por eles serei conhecida
E para sempre recordada
Como a Deusa do Amor
E por poetas cantada.

Baco então convencido
Por tão fortes argumentos
Deixa o Povo Lusitano,
Prosseguir os Descobrimentos
Autor: Diogo Costa (8 anos)

quarta-feira, janeiro 24, 2007

- Mãe, podes ficar um bocadinho?
- Hummm já é tarde Diogo...
- Mas mãe, fica só um bocadinho...
- Está bem...que se passa?
- Achas-me estranho???
- Estranho? Tu? Não! Apenas um bocadinho diferente...
- Quero contar-te uma coisa, o Scooby, o rato mascote lá da minha escola, morreu. Os meninos ficaram tristes, e algumas meninas até choraram...
- E?....
- Eu, para que eles não ficassem tão tristes, disse-lhes que o Scooby não tinha morrido para sempre, porque os átomos dele tomariam forma noutro corpo, noutro ser...
- E que aconteceu depois?
- Eles olharam para mim e chamaram-me parvo, mas a Rita, achou-me estranho. Mas eu tenho razão, não tenho mãe?
- Claro que tens filho, toda a razão!
- Mas então, porque é que não me entendem?
- Filho, um dia entenderão! Ainda não é o tempo certo, para que a maioria dos meninos entenda as tuas explicações. Apenas isso! Tudo, é uma questão de tempo!
- Amas-me?
- Deixa-me dizer-te o quanto...tanto, como todas as estrelas do céu. Tanto como os grãos de areia na praia. Tanto quanto o teu oito deitado...
- Ah! o infinito...
- Amo-te mãe!...
- Agora dorme...até amanhã....

terça-feira, janeiro 23, 2007

“Dança para mim”, pedias tu...
E então eu gargalhava,
Desfazia as minhas tranças,
E o longo cabelo soltava...

Ensaiava passo a passo
No meu corpo de menina,
Sem te perder no meu espaço
Num sentir de bailarina...

Entregava-te sorrisos,
Rodopiava depois...
Pensava nada existir,
Para além de nós os dois...

E por fim quando cansada,
Me detinha nos meus passos,
Sabia contar depois,
Com o conforto dos teus braços!

Saudades, das minhas danças,
De quando era pequenina,
Quando dizias sorrindo:
“Meu Deus, como estás linda!”

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Acordes

Nesta musica componho,
Acordes de pensamento...
E deixo vogar a Alma,
Ao sabor deste meu tempo!
E trauteio cada Verbo,
Na existência de um olhar...
Conjugando docemente,
As formas simples de Amar!
Vou amando o que me prende,
O que busco indefinido,
Como fogo que se acende
Que faz chama e se extingue!
Neste constante devir,
De que faço acordes vãos...
Fica apenas o Sentir,
De toques leves de mãos!

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Clandestino...


Sei porque te tenho assim...
Clandestino de mim!!!
Sei que te encontro no nada...
Porque do nada faço querer!
E te tenho desmedido
Sem mais ninguém o saber!
Sei não te ter presente,
E que és meu, sem que te tenha
Faço da vida um momento,
E invoco o Sentimento
Numa entrega em tudo estranha...
No sentir em que te oculto,
Pinto telas de mil cores,
Procuro saber-te um vulto...
Que indistinto, resoluto
Me sacia e cala as dores.
Clandestino de mim...
Sei porque te busco enfim,
Porque sei que a todo o instante,
Tu me terás só assim:
Clandestina, de ti!

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Irritada!!...

Acordei irritada, virada do avesso! Nem sei bem porquê...acho que já tenho demasiado para conter, demasiado por dizer (ou talvez não)!

Irritam-me as posturas dissimuladas, de quem me pergunta se está tudo bem, quando sabe que já me comeu a carne e ainda me roeu os ossos!

Irritam-me as falsas vitimas, que insistem em achar que são o centro do universo, e que vivem com a mania da perseguição (como se tudo o que dizemos lhes fosse dirigido). Pobres... nem desconfiam que são vitimas de um egocentrismo que só pode ter resposta na ignorância a que os remeto!

Irrita-me que olhem para mim, como se eu tivesse um letreiro na testa a passar em rodapé a palavra “estúpida” e que ainda por cima tenham a cara de pau de me perguntar “fiz-te alguma coisa?”.

Irrita-me que me digam Adeus , só para testar a minha capacidade de partir (soubessem o quanto detesto a palavra, jamais ma diriam de forma unilateral!)! É das poucas coisas que me faz partir em definitivo....

Irrita-me que me escrevam VERDADE, sem que me perguntem se minto!

Irrita-me que me cobrem a presença quando eu preciso de estar ausente!

Irrita-me ...já nem sei... hoje, em definitivo não estou nos meus dias!

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Quebram-se...


Quebram-se os espelhos na minha Alma...
Tarda já a Noite que me acalma!
Olho o céu em busca de me ver,
Tento nele razões para me entender
Mas nas estrelas, já não vejo reflectidas,
As imagens que dantes eram minhas.
Deixo-me vagar apenas sem destino,
Cumprindo cada passo em meu caminho!
Depois saio de mim e danço!
Liberto a Alma e Balanço
E em cada momento que passo,
Rodopio e entrelaço,
O meu ser neste compasso!
Nesta Dança em que me dou,
Feita de Partilhas e Esperanças...
Ninguém saberá tudo o que sou
Parto, Quebrando então,
Voos, Sonhos de asas mansas!

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Escutando Silêncios


Ela sempre tinha entendido os silêncios. Aprendera a entender as palavras que não se diziam. Sempre lidara com as ausências e com meias palavras, não sentindo nisso constrangimentos nem perdas. Não entendia este mau estar súbito que este silêncio lhe trazia.

O dia prometia chuva, o céu cerrado, fazia antever um dia húmido. Mas a necessidade de se evadir, foi maior que os receios de ser apanhada pelas fortes bátegas. Saiu, sem destino, confiando que algo a levaria a algum lado, não importava qual, nem importava como, caminharia apenas.... Deparou com um banco, de pedra, ladeado por buganvílias, com vista para o Tejo. Aquele era o lugar, aquele era o destino dos seus passos. Sentou-se e demorou-se na paisagem, fitou cada pessoa que passava, tentando adivinhar pensamentos, tentando discorrer sentidos. Deixou-se envolver em pensamentos mansos, sentia alguma paz, por fim!

Não havia passado muito tempo, ele chegou! Chegou e sentou-se a seu lado. Ela conhecia-o bem. Sabia que o tremor que ele sentia, nada tinha a ver com o frio. Ela sabia quando ele evita olhá-la nos olhos...sentia-lhe a Alma como ninguém! Ele tentou algumas palavras: “Desculpa, nada disto devia de ser assim....nunca nos devíamos ter achado...”. Ela, que não lhe recusava um olhar, procurou-o, calou-lhe as palavras colocando-lhe o dedo indicador sobre os lábios. “Psiu, não digas nada, jamais, mas mesmo jamais, nada nos afastará...sinto-te em mim, chega-me, nunca te pedi mais que isto, não terás nem deverás dar-me o que não te peço!”. A chuva começava a fazer-se sentir....de inicio, gotas esparsas mas que iam aumentando rapidamente de intensidade.

Ela despertou! Não estava ali ninguém com ela... Correu a refugiar-se num dos muitos cafés da zona. Entrou pediu um café e sentou-se. Entre o aroma que o café exalava e os pensamentos que lhe convergiam sorriu. Afinal continuava a conseguir entender os silêncios. Afinal, o mal não era seu! Este , era apenas mais um silêncio. Um silêncio maior que os outros, um silêncio que precisava de mais tempo para ser escutado, nada mais!