sexta-feira, junho 29, 2007

Tenho...

Tenho em mim a cor dos tempos, desse feito de momentos, em que os sonhos eram querer e a vontade era poder. Tenho as lutas e os instantes, em que exausta me quedava, envolvida pelo medo dos passos que ensaiava. Tenho os risos e alegrias, dos momentos que busquei e o orgulho assumido, concreto e tão definido de tudo o que conquistei. Tenho as dores do que perdi, dos meus sentires intrincados, das palavras mal empregues, dos sonhos alinhavados. Tenho universos de estrelas, em brilhos de amizade, partilhas doces e belas sentires feitos de verdade.
E tenho em mim o Amor, feito de entregas serenas, salpicado com aromas doutros tempos, doutras eras. Todo o Amor tem em mim, momentos de Eternidade, que imprimo na minha memória, com maior intensidade. E essas memórias, por vezes, chegam densas, incisivas, traçam marcas, sulcos fundos, definem a minha vida. São marcas escritas na Alma, em tons de dor e verdade e que autenticam o Amor, num sinal de Eternidade!


quarta-feira, junho 27, 2007

Ainda algumas nomeações....




Fiquei surpresa por me ver nomeada para a corrente das 7 maravilhas da blogosfera, não que eu não seja linda, fantástica, radiante, reluzente, resplendorosa e (muito importante), impetuosa, (podem também acrescentar o modesta, que vos está a pairar no pensamento)mas maravilhosa... alto e pára o baile! Maravilhoso, maravilhoso, é o Taj Mahal, As Pinturas da Capela Sistina ou ainda o George Clooney... De toda a forma, agradeço e faço vénias ao meu querido Guilherme, à fantástica e malabarista Ki e à doce e mágica Amstist. Sendo assim, tenho que nomear 7 blogs, (quase que começo a ser fã destas coisas mesmo ao género de Hollywood) estranhamente essa de repente, tornou-se a parte mais agradável da questão (haviam de ver o meu ar maquiavélico a florescer no rosto). Sendo assim, abro os envelopes (neste caso os links) passando assim aos finalmentes (nesta altura entam os volinos para tornar isto mais melodramático):


Amstist

http://www.amstist.blogs.sapo.pt/ - porque tem a capacidade de sonhar e acreditar no que sonha...O espaço dela, deixa-me rendida pelos brilhos e pelo ambiente que parece saído de um conto de fadas!



Coisas do meu querido Guilherme

http://coisasdogui.blogspot.com/ - porque sei que ele entende tudo o que eu pretendo e muitas vezes adivinha o que eu ainda nem pensei. Porque no seu espaço me faz entrar numa outra dimensão...e porque me fez descobrir que nesta realidade, também há espaço para Amizade.



Eternidade num momento

http://eternidadenummomento.blogspot.com/ - porque há anos que ele me envolve em tudo o que escreve, e porque por vezes, o sinto na primeira pessoa. Porque admiro a forma como ele consegue fazer dos sentimentos palavras e das palavras uma arte. É o que ironiza, e me deixa rendida. Tirando tudo isto, gosto dele porque sim!



Lágrimas de Luar

http://lagrimasdeluar.blogspot.com/ - porque me surgiu de forma calma e mansa, num período em que eu me senti particularmente atraída pela sua escrita. Por vezes levo dias até a conseguir comentar, apenas, porque tudo o que lhe digo se torna repetitivo. Nela, as palavras ganham sonoridade, cor, sabor, textura, apenas porque no seu cantinho, todas as melodias se escrevem em Lágrimas de Lua.



O Alquimista

http://alquimiadossonhos.blogspot.com/ - Este é um caso sério de Amor. Apenas, porque não o sei explicar, e como tudo o que não se consegue explicar se pode tornar sério, confesso que este é o meu caso sério!Por dia, páro neste blog vezes sem conta algumas vezes só para escutar a musica, outras só para ler o texto, e por fim, para fazer a comunhão das duas realidades, que me tocam sempre profundamente. O Alquimista prende-me a Alma, liberta-me os sonhos e deixa-me a pairar depois ao sabor do pensamento....



Reinvenção

http://alexiaa.blogs.sapo.pt/ - Este é um caso simples de Amor. Sei perfeitamente porque gosto do Reinvenção. Foi o unico blog que não vi nascer, mas que tive necessidade de ler desde o primeiro post. A escrita cativa, envolve e tranparece. Se porventura se pudesse reflectir num espelho o sentir de quem escreve, a Alexia seria aquela que melhor se veria, porque consegue ser apenas ela, de forma assumida, argumentativa e inteira. Sempre que estou Reinvenção, agradeço o facto, de um random me ter levado até ali, porque em definitivo, ela me faz muito bem. Este é um dos motivos, pelo qual nunca me canso de lhe dizer, que gosto muito muito dela...



Trampolim

http://trampolim.blogs.sapo.pt/ - A ki...ahumm... é uma verdadeira malabarista das palavras. Reflexiva, pensa na vida como ninguém.Profundamente filosófica emaranha o pensamento em palavras intricadas que se vestem de querer e de não querer. O Trampolim, define-se assim: "Há um mundo lá fora que grita saudade, que sente a distância como mágoa, a ausência como infinita e vive a cogitar o amanhã... O hoje é sempre um dia único, sente-o em plenitude, ao ritmo incessante da energia...", melhor, eu não conseguiria.



Regulamento

1. Podem participar na votação todos os bloggers que mantenham blogues activos há mais de um mês.


2. Cada blogger deverá referenciar sete nomes de blogs. A cada menção corresponde um 1 voto.

3. Cada blogger só poderá votar uma vez, e deverá publicar as suas menções no seu blog [da forma que melhor lhe aprouver], enviando-as posteriormente para o seguinte e-mail: 7.maravilhas.blogoesfera@gmail.com. No e-mail, para além da escolha, deverão indicar o link para o post onde efectuaram as nomeações. A data limite para a publicação e envio das votações é dia: 01/07/2007.

4. De forma a reduzir alguns constrangimentos [e desplantes], e evitar algumas cortesias desnecessárias, também são considerados votos nulos:

- Os votos dos blogger(s) em si próprio(s) ou no(s) blogue(s) em que participa(m);

No dia 7.7.2007 serão anunciados os vencedores e disponibilizadas todas as votações.

Apelo à divulgação desta iniciativa junto a todos os bloggers interessados em reconhecer publicamente o esforço, a dedicação e o talento para a arte de blogar de alguns dos seus congéneres.



Posto isto, dou por findo mais uma edição da entrega dos meus Óscares, sim, porque não sendo definitivo, são para mim os que me fazem sentido!

Repto do Amigo Guilherme

Bem, hoje respondo ao repto lançado meu amigo Guilherme (de repente dei-me conta que tenho que seguir uma ordem nos reptos, tantas são as solicitações), que consiste em falar um pouco sobre os últimos livros que li, ou que esteja a ler. Ora, então, decidi fazer um apanhado de alguns livros que me embalaram desde o início deste ano tentando resumi-los o máximo que consiga...

A Conspiração – Dan Brown

Conspiração audaz para lançar o mundo num vórtice de controvérsia. Quando um satélite da NASA descobre um estranho objecto entranhado nas profundezas do gelo do Árctico, a agência espacial vangloria-se de uma vitória de que muito necessita. Uma vitória com profundas repercussões para a política interna da NASA e para a futura eleição presidencial.

A Ilha das Trevas – José Rodrigues dos Santos

Romance onde o real dialoga com a ficção. A história de um Timorense que assiste, juntamente com a família, á saída dos Portugueses de Timor-Leste. Um romance aliado à narrativa histórica que relata de forma intensa a invasão indonésia que teve início em 1975, e que culminou em 1999 com o referendo que trouxe a independência a Timor.

Codex 632 – José Rodrigues dos Santos

Livro que tenta levantar o véu sobre a verdadeira identidade de Cristovão Colombo. Baseado em documentos históricos, transporta-nos para uma viagem no tempo, num jogo de espelhos onde a ilusão disfarça o real para dissimular a verdade.

A Fórmula de Deus – José Rodrigues dos Santos

Prova cientifica da existência de Deus. Livro que se baseia nas ultimas descobertas cientificas nos campos da física, da cosmologia e matemática. Envolve-nos numa viagem até ás origens do tempo, à essência do Universo e ao Sentido da Vida.

Só o Amor é Real – História do encontro de Almas Gémeas – Brian L. Weiss, M.D

História de um casal, que através de várias regressões descobrem a existência de laços que os unem através dos tempos.

“Já aqui estive antes,
Mas como ou quando não sei dizer;
Conheço a relva para lá da porta,
O cheiro doce e penetrante,
O som sussurrante, as luzes junto à costa.
Já antes foste minha-
Há quanto tempo, não sei dizer:
Mas no momento em que o voo daquela andorinha
O teu pescoço curvou assim,
Algum véu caiu,- soube tudo dos tempos antigos”

O Corpo – Richard Ben Sapir

Numa escavação rotineira em Jerusalém, encontra-se um esqueleto com estranhas marcas alaranjadas de oxidação, indicativas de ter sido crucificado. Uma placa de argila sobre o corpo, ostentava a inscrição “Rei dos Judeus” em aramaico. Mergulha-se de imediato na excitação do que é impensável, inacreditável, do acontecimento que simplesmente, não podia ter acontecido.

O Mito de Camões em Itália – Henrique de Almeida Chaves

Seguindo o rasto nas bibliotecas de toda a Europa, mas especialmente nas Italianas, desde Marciana de Veneza à do Conservatório Nacional de Santa Cecília em Roma, desde Nápoles até Florença, Bolonha e Génova, coligiu e fotocopiou documentos realizando um trabalho de estudo de comparística de que hoje, no clima de unidade europeia, se começa, mesmo em Itália, a sentir falta.


Para terminar, agora terei que nomear 5 blogs, o que me parece uma tarefa complicada. Sendo assim, tchaaaaannnn tchannnnnnn tchannnnnnnn, the nominees are:
Amstist - com um beijo na doce ternura da amizade :)
Eternidade num Momento - Com alguma curiosidade confessa :)
Reinvenção - Porque gosto da forma como ela encara estes reptos :)

e peço desculpas por só nomear estes blogs, mas de momento três parece-me um nome místico de levar em linha de conta! :)

Para ti, Guilherme, muitos beijos embrulhados nos meus abracinho!!!

quinta-feira, junho 21, 2007

Para Obras...


Faço pinturas com o que sinto, e nesta tela sentida, dou pinceladas de vida para marcar o meu caminho. Esbato em mim os tons marcados na valentia e insensatez e são esses que revestem, esta pele em que me vês. Não quero em mim os tons vivos, tons rasgados, nem sorrisos disfarçados medidos em muita cor. Prefiro os tons marchetados, esbatidos e esfumados comedidos e marcados de intensidade e sabor. Sei que a vida me prendeu em lugares onde quis estar, mas agora realizo, que me sinto a sufocar. Tiro então lições de Vida, essas que ela nos ensina, que só se vive aprendendo e aprende quem se estima. Ponderei cada palavra, cada pedaço de mim, cada cor onde me vejo, lembranças tantas… sem fim! Entrei assim nesta fase de reconstrução interior, decidi fechar para obras e limpar o desamor: Do sótão até à cave, esvaziei todos os pisos, libertei todo o sentir, de momentos imprecisos. Escolhi o aproveitável, bom para a minha vida, o que era reciclável deixei em caixa escondida. Tudo o resto foi para o lixo, levou um chá de sumiço, quero para mim a vida, que me dê o que eu preciso!Depois da casa arrumada, limpa fresca e arejada pouca coisa me ficou. Memórias?...algumas foram guardadas, algumas outras queimadas, outras o tempo apagou! E preparo desta forma mais um novo recomeço, traço um mapa dentro da Alma, que me leve ao que mereço!

terça-feira, junho 19, 2007

A arte de dizer as coisas


Aproveito, e com este conto, respondo ao repto lançado pela Amtist...porque a forma como dizemos as coisas definirá sempre a forma como os outros no olham...

"Uma sábia e conhecida história diz que, certa vez, um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse seu sonho.
- Que desgraça, senhor! - exclamou o adivinho - Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade.
- Mas que insolente! - gritou o sultão enfurecido - Como te atreves a dizer-me semelhante coisa? Fora daqui!
Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem cem açoites. Mandou que trouxessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho. Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe:
- Excelso senhor! Grande felicidade vos está reservada. O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes.
A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao adivinho. Quando este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado:
- Não é possível! A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito. Não entendo porque ao primeiro ele pagou com cem açoites e a você com cem moedas de ouro.
- Lembra-te meu amigo - respondeu o adivinho - que tudo depende da maneira de dizer as coisas ... Um dos grandes desafios da humanidade é aprender a arte de comunicar. Da comunicação depende, muitas vezes, a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra. Que a verdade deve ser dita em qualquer situação, não resta dúvida. Porém, a forma com que ela é comunicada é que pode provocar grandes problemas. A verdade pode ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançarmos no rosto de alguém pode ferir, provocando dor e revolta, mas, se a envolvermos em delicada embalagem, e a oferecermos com ternura, certamente será aceita com felicidade. "

segunda-feira, junho 11, 2007

A VOZ DO MAR


Porque o Mar é muito importante para mim, e porque gosto de partilhá-lo com pessoas especiais, aqui vai do fundo do coração um pequenina história para a Margarida.


O Artur sentiu sobre a orelha uma coisa muito fria, com um som...
- O que é, mãe?
- Não ouves?
Sim, ouvia. Era um som pesado lá ao longe e que depois vinha, vinha e subia, e que depois se tornava mais brandinho, para logo voltar a vir de longe. Parecia música, mas não era bem música. E talvez fosse. Bom, não seria bem música.
- O que é, mãe? - voltou a perguntar. - Que barulho é este?
- É o mar... É a voz do mar...
- A voz do mar?!
- O mar fica longe, mas a voz meteu-se aí dentro. Isto é um búzio.
- E onde nascem os búzios?
- No mar.
-Então é por isso que se ouve...
- Pois é. As ondas fazem um barulho assim quando se ouvem ao longe. E a gente está longe. Não ouves a voz que lá vem?
- Oiço.
- E depois quebra-se assim como as ondas na areia.
- Então isto é o mar? O mar é o oceano. No mapa chamam-lhe oceano. Parece que há vários... . Eu já ouvi aos que andam no quarto ano: é o Oceano Atlântico, o Oceano Índico...
- Não achas que mar é mais bonito?
- Pois é, mar é muito mais bonito.
De repente, fechou os olhos e juntou as duas mãos sobre o búzio, apertando-o contra o ouvido.
- Agora deve ser um navio que lá vem. É mesmo, é, é um navio...
A mãe aproximou o ouvido, desviando o lenço.
- Não ouves?
Não, a mãe não ouvia. Mas o importante para ele era ter o mar apertado entre as mãos. Lá vinha uma onda... e outra.


Alves Redol, Histórias Afluentes

quarta-feira, junho 06, 2007



Um dia, houve alguém, que deu vida, ás fadas mais lindas que alguma vez já li. Foi nesses textos que me cativou, e foi sempre neles, que eu fiz questão de o reter. Espero, que ele não se importe, de ver um conto dele no meu espaço, mas eu apenas me limitei a retirar do blog da Margarida, o conto que ele lhe tinha contado...


"As fadas não existem ... pelo menos é o que se diz (muitos contos de fadas começam assim). Mas, quer existam ou não, eu conheço uma. Uma fada à séria, com tudo o que uma fada deve ter. Não, não falo de varinhas mágicas, nem de chapéus em bico ou tiaras na cabeça (essas não existem mesmo). Falo naquilo que que só as fadas que existem têm: é pequenina e tem olhos verdes, é linda como uma alga do mar. Não daquelas algas castanhas e pesadas, que se afundam e misturam com a areia. Não. É como aquelas algas verdes, que flutuam e brincam com a espuma das ondas, e que nunca se afundam por mais fortes que estas sejam. E é tambem como a lua que, mesmo quando não se vê (porque é nova ou está atrás das nuvens), está sempre presente.Esta nossa fada (ou melhor, esta minha fada, pois fui eu que descobri que ela era fada) nem sempre foi fada. Primeiro foi gente, gente como nós, que vivia a sua vida como qualquer um: dormia, comia, trabalhava e divertia-se. Às vezes estava triste, outras vezes estava contente.Um dia a fada (que ainda não era fada) estava triste e sozinha. Tão triste e tão sozinha que foi até à praia (sempre gostou de praia, mesmo quando era gente, embora nunca tivesse tomado banho no mar), sentou-se nas rochas e chorou baixinho. Ela nem sabia bem porque chorava... talvez porque estivesse triste, talvez porque estivesse sozinha. E chorou aquilo que precisava.... Enquanto chorava, a maré subiu e veio uma onda. Ela, precipitadamente, levantou-se e..... escorregou e caiu à água salgada. Foi então que a fada, que até aí não era fada, começou a ser uma fada de verdade. Continuou pequenina como já era (as fadas boas são sempre pequeninas), os olhos ficaram ainda mais verdes, e o cheiro do mar e das algas passou a ser seu.Quando se levantou, molhada e cheia de areia, percebeu que algo tinha mudado em si. Olhou à volta e viu que a noite tinha caído. A lua lá estava, quarto crescente, no céu escuro, ao lado das estrelas. Fechou os olhos de mansinho e, como já era um bocadinho fada, sentou-se na lua e deixou-se levar pelo sonho. Quando os voltou a abrir (mais verdes e brilhantes do que nunca), estava de volta à praia mas agora, mesmo fada por inteiro, com a lua a abraçar-lhe os ombros e o mar e as algas a envolverem-lhe as pernas.A fada, agora que é mesmo fada, não deixou de chorar. Chora quando está triste, como qualquer outra fada (foi assim, por esta fada, que fiquei a saber que as fadas também choram). Mas já não chora quando está só ... porque nunca mais esteve sozinha na vida. Tem sempre a lua e o mar por companheiros.É esta a fada que eu conheço. Conhecer não é bem o termo, porque verdadeiramente nunca a vi. Mas sei que existe e que anda por aí, na companhia do mar e da lua, a espalhar o sonho por onde passa. Se um dia a encontrarem (como alguns a encontraram sem o saber), tratem-na bem... E enquanto a não encontram, continuem a sonhar ... é a melhor janela para que uma fada de verdade possa entrar nas vossas vidas.E quando vos disserem que as fadas não existem ... duvidem!"

Autor: fdarkeyes

segunda-feira, junho 04, 2007

A linda Chinelinha


Estava a linda chinelinha, a varrer a sua casinha, quando de repente encontrou um saquinho de dinheiro. Pensou logo em arranjar um namorado para poder casar. Foi logo para a janela e desatou a perguntar:
- Quem quer casar com a chinelinha que é bonita e engraçadinha, e que nas noites de Verão junto do mar gosta de andar?
Apareceu logo um sapato, muito brilhante e elegante!!
- Quero eu, quero eu!!
- Como te chamas e do que gostas?
- Eu cá sou o sapato, e gosto muito de usar, atacadores bonitinhos para me embelezar! Gosto de dias de Inverno com muita chuva e frio para manter o meu dono confortável e quentinho.
- Tenho pena sapatinho, não posso contigo casar porque gosto muito do Verão para poder passear!!
Dito isto, o sapato foi-se à procura de uma noiva e a chinelinha continuou a pergunta:
- Quem quer casar com a Chinelinha que é bonita e engraçadinha, e que nas noites de Verão junto ao mar gosta de andar?
Apareceu uma bota alta que se apressou a responder:
- Quero eu, quero eu!!
- Como te chamas e do que gostas?
- Eu sou a Bota Alta, gosto de chuva e de lama, quando o meu dono chega a casa põe-me logo na varanda. Resisto à chuva e ao vento, melhor do que eu não existe, casa comigo chinela, vais ver que não ficas triste.
- Não posso casar contigo, não gosto de chuva e lama, e não quero imaginar uma bota na varanda.
Depois desta resposta, a Bota desapareceu, mas apareceu em seguida um chinelo de quarto:
- Quero eu, quero eu!!
- Como te chamas e do que gostas?
- Eu sou o chinelo de quarto e em casa gosto de estar, ando da sala para o quarto sem nunca eu me cansar. Eu nunca saio de casa, não tenho grande ambição para além de ler revistas e ver muita televisão.
- Desculpa chinelo de quarto, mas para mim não há remédio se eu cassasse contigo ficava cheia de tédio. Sabes sou a chinelinha que gosto de passear e a minha vida em casa não consigo imaginar:
O chinelo foi-se embora, só um pouquinho zangado e apareceu logo depois um ténis muito apressado:
- Quero eu casar contigo, minha linda chinelinha!!
- Como te chamas e do que gostas?
- Eu sou o ténis veloz, gosto muito de correr, por montes, rios e vales, nada me pode deter! Corro todos os caminhos não gosto de estar parado, o meu dono quando me usa fica muito transpirado!
-Tenho pena, caro amigo, não vou contigo casar, gosto de ver as paisagens sem que haja nada apressar. E depois devo dizer, sem querer ser ousada, detestava sentir-me sempre muito transpirada!!
O ténis continuou sempre em passo de corrida, até que surgiu um sapatinho de bébé :
- Eu quero casar contigo!
- Tu? Tão pequenino? Como te chamas e do que gostas?
- Eu sou o sapatino de bébé gosto muito de brincar com bonecas e carrinhos e gosto de passear. Gosto de jogar à bola e de correr no jardim, as crianças endiabradas é que gostam bem de mim. Gosto de ficar rotinho depois de ser bem usado é sinal que as crianças não me deixaram de lado!
-Sapatinho de Bébé, tens que crescer um pouquinho para poderes vir a ser o meu grande maridinho. Vais ficar com um espaço neste meu coraçãozinho vai brincar lindo sapato, mas antes dá-me um beijinho.
O Sapato de Bébé deu um beijo à chinelinha e foi-se embora feliz.
Aparece então o chinelinho.
- Eu cá quero casar contigo, minha linda chinelinha!!
- És muito parecido comigo.... diz-me lá o que tu gostas!!
- Eu sou o Sr. Chinelo e no Verão gosto de dar longos passeios na praia sem nunca eu me cansar. Gosto do canto dos pássaros, de rir e de namorar, gostava linda chinela de contigo vir a casar.
- Gostas de tudo o que eu gosto e és comigo tão parecido que eu tenho quase a certeza que vais ser o meu marido.


Depois de muita procura acabou por encontrar um namorado parecido, para com ela casar.
( e agora um segredo nós vos vamos contar: Se alguém os quiser ver, estão na praia a namorar)!!!

sexta-feira, junho 01, 2007

A Almofada do Luar


Cai uma folha no Outono
Sobre a toalha de Linho
E lembra-me a cor do sonho
Quando as aves fazem ninho.
É uma folha Amarela,
Que empurrada pelo Vento,
Vem colar-se à janela,
Sob o tecto do relento.
E eu, ao vê-la poisar,
Adormeço de repente
Na almofada do Luar.

Luís Infante
“Poemas pequeninos para meninos pequeninos”
Gaialivros