Eu sei que não sou uma pessoa com muito bom feitio, mas o que é certo é que nos últimos tempos, tenho sido assediada por dias verdadeiramente negros. Foi exactamente num desses dias negros, onde nem com a ajuda do Farol de Constantinopla se conseguiria fazer luz, que decidi fazer um apanhado de expressões que me deixam tresloucada (sim é isso mesmo, louca 3 vezes). O meu empenho foi de tal ordem que cheguei a imaginar mesmo a entrega de óscares à séria mesmo à laia de Hollywood . Será então por categorias que irei partilhar as expressões que me viram do avesso, e olhem que quem quer que seja, virado do avesso não será certamente um regalo para a vista.
1º Expressões que me tiram do sério
a) “Oh pá, tu não me digas…”
Irrita ouvir esta expressão, principalmente se já dissemos a coisa que supostamente não deveríamos ter dito! Podia ter avisado antes, que não queria ouvir, aí ainda havia hipótese de podermos ficar calados, é que depois de dizer, já não há nada a fazer!!!
b) “Isto são favas contadas….”
Que se contem carneiros para adormecer, eu ainda entendo. Que se contem petas, ainda vá lá que não vá…mas favas? Porque não ervilhas, lentilhas, o belo do feijão, o grão, até o tremoço? Sim porque até vos digo, há muito mais piada em contar os tremoços enquanto se bebe uma boa imperial, que contar favas.
c) “Não me acredito que estejas a falar a sério…”
Esta expressão denota que a pessoa que a profere, pertence à categoria dos incrédulos. Apetece logo gritar bem alto, preferencialmente perto do ouvidinho…”Mas já não se pode falar a sério ou quê?”. Numa segunda análise, pode dar azo a outros desabafos menos bonitos de se ouvirem, mas que podem reflectir a indignação daquele cuja veracidade é posta em causa (vou poupar este blog do calão e das palavras menos vernáculas).
2º Expressões que me irritam solenemente
a) “Assim também eu….”
Habitualmente esta frase é dita por alguém, que nem assim conseguiu fazer. A frase em si, nem me causaria muita repulsa se não viesse acompanhada de um arsenal de pequenas coisas que me deixam no limiar da insanidade. Senão vejam as hipóteses:
* “Assim também eu…mas não me disseste que podia fazer assim…”
oh pá, já agora, não queres o rabinho lavado com água de rosas não? Desculpa mas a cabeça não é só para usar cabelo e chapéu (nem vou colocar os lenços, que agora andam muito em voga)!
* “Assim também eu…” enquanto se puxa para baixo a pálpebra inferior.
Dá logo vontade de perguntar se o que faltou em inteligência passou a haver em excesso no olho.
b) “É assim, é a vida…”
Excluo desta minha análise, o que efectivamente, é culpa da vida (a morte), e que nesse contexto, merece o meu respeito. Esta afirmação quase toca o transcendente, não fosse o facto de colocar na “vida”, o fardo das situações mal resolvidas que se deixaram em aberto, vá-se lá saber porquê. È sem dúvida nenhuma, mais cómodo culpar a “vida” pelos nossos pontapés, que constatar que o pé foi nosso e a culpa também!
c) “Quero que me digas a verdade”
A verdade verdadinha, é que quem faz este pedido quer ouvir tudo menos a verdade! Quem ouve este pedido sabe à partida que está quilhado. Sabe que vai ser preso por ter cão, e preso por não o ter. Habitualmente é resultado de algum tipo de relacionamento, onde a mentira existiu, o que se pode vir a revelar um cargo de trabalhos. Ah pois é….porque se existe a confissão de que se mentiu, falando a verdade, cria-se o precedente da desconfiança. Se a opção for continuar a mentir com quantos dentes se tem na boca (englobo também aqui as próteses dentárias), quem quer saber a verdade, continuará a achar que é mentira e vai deixar sempre em aberto e de forma bem latente sinais de desconfiança.
3º Expressões que me fazem espumar de raiva
a) “Desculpa, não queria escrever aquilo…”
Esta é sem dúvida uma das expressões mais disparatadas que eu conheço. Pode não se querer dizer alguma coisa e sem querer acabar por sair da boca para fora. Pode não se querer fazer algo e acabar por se fazer por motivos diversos…mas escrever? É que dá logo vontade de perguntar “olha lá... estás a passar-me atestados de estupidez ou quê?” ou então de uma forma mais simplista perguntar apenas “Tu estás parvinho (a) ou quê?”. Para os que me julgam susceptível, a verdade é que apenas escrevemos o que queremos, como queremos, e nos termos em que queremos. Quando damos a ler a alguém algo escrito por nós, tivemos tempo para reflectir se era efectivamente aquilo que queríamos dizer. Não adiantam os pedidos de desculpas porque uma mão, nem sempre lava a outra, e venha de lá a coragem de se assumir o que se faz. Afinal de contas, só muito raramente temos uma arma apontada ás nossas cabeças que nos obrigue a escolher entre o que não queremos fazer e o nosso amor à vida (esta situação é um bocado melodramática, quase pede a companhia dos violinos)!
b) “Não consigo viver sem ti….”
Uma frase que comece assim, levada à letra, faz-nos pressupor que logo a seguir a termos virado costas, a pessoa que nos dedica esta expressão, vai ser vítima de uma apoplexia fulminante e cair redonda no chão sem saber ler nem escrever. O que acontece na realidade, é que para grande espanto, se continua a respirar, o sangue continua a fluir, e tudo continua a mexer como antigamente. Quando se ouvem frases que começam desta maneira não admira que a maioria das respostas comecem com algo do tipo “ Não consegues viver? Então vão morrer longe para não cheirares mal..”, ou então, “ Desse problema eu não vou sofrer, livra….”
c) “ Sou capaz de pôr as mãos no fogo….”
Irra que isso é que é coragem. A menos que se seja Fakhir de profissão, esta frase não faz muito sentido, na medida em que o cheiro a carne queimada não é de todo agradável, e porque as queimaduras de 1º e de 2º grau demoram tempo como a gaita a cicatrizar (isto já para falar, que deve doer como o caraças). De toda a maneira se o que se pretende dizer é que se confia cegamente em alguma coisa, credo, então aí piora tudo. Por mim eu falo, que já me vi a fazer e sentir coisas de que jamais me acharia capaz. Se todos nós temos esta limitação de nos conhecermos, como podemos ter a pretensão de confiar cegamente nos outros ao ponto de darmos as nossas mãos como garantia? Sou sem dúvida mais apologista do provérbio que diz “cada um sabe de si”, que é como quem diz, “nem quero saber, que se lixe”.
Muito mais frases haveriam, mas estas foram seleccionadas por mim, de acordo com o meu mau feitio, e tendo em conta, que o humor negro que me assola chegou como o Citroen, veio para ficar, e ficou mesmo. Se tiveram paciência para me ler, admiro-vos a pachorra se não a tiveram admiro a sinceridade.
14 comentários:
Oh pá! Tu não me digas que existem frases que te tiram mesmo do sério! Eu não acredito que estejas a falar a sério. Não…ouve…quero que me digas a verdade. Não são tanto as frases mas quem as profere, certo? Eu punha as mãos no fogo em como é assim.
Há e sempre haverá esse tipo de gente. É assim. É a vida. Mas sabes, trata de as ignorar que isso logo deixará de te incomodar e o teu humor melhora. Vais ver, são favas contadas. Não podes é deixar de postar por causa disso. É que …sabes… eu não consigo viver sem ti. Desculpa, não queria escrever aquilo. Era mais :”Já não consigo viver sem te ler”. Achas que é um exagero? È que todos temos os nosos dias negros, e nem todos temos o Farol de Constantinopla à mão… pois…assim também eu.
;)
Bjnhs amiga
o Oscar Wilde tem uma expressão engraçada que é mais ou menos assim "a vida é um fardo que se carrega até á morte".
Às frases odiosas juntaria o "já sabia", o "isto é assim" e outras sazonais consoante as novelas e publicidade.
hahahahahahhhahahaha Vladinho, não é que isso dito assim não me causa grande transtorno? Que cena, tenho que refrear este meu impulso de mandar para fora tudo o que me vai na alma...hahahahahaha. Beijo Manso, e abracinho :)
Óhhh Vladinho, a usares as frases da Iga pa comentar..?? Assim também eu...ehehehe... Estava a tentar lembrar-me de alguma frase que me irrite mas, definitivamente...ou sou muito distraida ou entram-me por um ouvido e saem-me pelo outro! Beijoquinhas Iga e bom fds
O comentário anterior é da Essa ... Xiçaa, não me apetece registar (sou mesmo alentejana)
Gostei do que li, afinal nunca se pedem desculpas, apenas se acredita ou não nas nossas palavras. Nada como comentar esta realidade tão absurda, tão caótica que nos trespassa os nossos momentos tão simples, ás vezes muito originais. Na realidade a nossa felicidade é meramente simbólica, tal como a nossa crença nessa felicidade!.
Um abraço
Morango
Roça nos lábios
tua polpa macia
Beijo vermelho
Liberta meu desejo
Vem...
e me sacia...
Morango
(ou qualquer que seja o teu nome)
carne saborosa
paladar vigoroso
quero aplacar minha fome
deleitar-me
do teu sabor prazeiroso
Marca teu gosto
rola na boca
enrosca na língua
remodela tua forma
em busca da minha
O doce dessa carne viva
o licor que a boca suga
Deixa que a avidez enxuga
o coquetel da fruta e da saliva
Mas antes que eu descubra
o prazer delicioso
na tua cor rubra
o néctar do gozo
escapa da mordida
de dentes famintos
excede tua pele sensível
explode quase inesperadamente
murcha suave e lentamente
fluindo com lascívia
deixando com malícia
o sumo que pelo queixo escorre...
E a :
"...tás a ver?...." ??
com esta subo as paredes!!!
beijo
Se calhar é um defeito meu,mas às vezes nem é tanto as frases ou expressoes que aprecio menos,mas sim ,quem as diz... ou em determinadas situaçoes...
Bom, a partir de agora terei muito cuidado ao comunicar contigo... Beijinhos...
citroen? n sera p acaso toyota????nc liguei mt a essas coisas, qs nada me consegue tirar do serio ;)
Obrigado Igara pelo teu comentário... fico sempre comovida quando comentam o meu blog das palavras...
Já deste uma espreitadela ao outro blog?
sobreposies?
beijo
Bem, esta fantasticamente divertido este post ... eu ri... ate chorar.. ehehe
Mais uma vez parabens....
Um beijo
Obrigado por Blog intiresny
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