Ela sempre tinha entendido os silêncios. Aprendera a entender as palavras que não se diziam. Sempre lidara com as ausências e com meias palavras, não sentindo nisso constrangimentos nem perdas. Não entendia este mau estar súbito que este silêncio lhe trazia.
O dia prometia chuva, o céu cerrado, fazia antever um dia húmido. Mas a necessidade de se evadir, foi maior que os receios de ser apanhada pelas fortes bátegas. Saiu, sem destino, confiando que algo a levaria a algum lado, não importava qual, nem importava como, caminharia apenas.... Deparou com um banco, de pedra, ladeado por buganvílias, com vista para o Tejo. Aquele era o lugar, aquele era o destino dos seus passos. Sentou-se e demorou-se na paisagem, fitou cada pessoa que passava, tentando adivinhar pensamentos, tentando discorrer sentidos. Deixou-se envolver em pensamentos mansos, sentia alguma paz, por fim!
Não havia passado muito tempo, ele chegou! Chegou e sentou-se a seu lado. Ela conhecia-o bem. Sabia que o tremor que ele sentia, nada tinha a ver com o frio. Ela sabia quando ele evita olhá-la nos olhos...sentia-lhe a Alma como ninguém! Ele tentou algumas palavras: “Desculpa, nada disto devia de ser assim....nunca nos devíamos ter achado...”. Ela, que não lhe recusava um olhar, procurou-o, calou-lhe as palavras colocando-lhe o dedo indicador sobre os lábios. “Psiu, não digas nada, jamais, mas mesmo jamais, nada nos afastará...sinto-te em mim, chega-me, nunca te pedi mais que isto, não terás nem deverás dar-me o que não te peço!”. A chuva começava a fazer-se sentir....de inicio, gotas esparsas mas que iam aumentando rapidamente de intensidade.
Ela despertou! Não estava ali ninguém com ela... Correu a refugiar-se num dos muitos cafés da zona. Entrou pediu um café e sentou-se. Entre o aroma que o café exalava e os pensamentos que lhe convergiam sorriu. Afinal continuava a conseguir entender os silêncios. Afinal, o mal não era seu! Este , era apenas mais um silêncio. Um silêncio maior que os outros, um silêncio que precisava de mais tempo para ser escutado, nada mais!
13 comentários:
Igara...
Que bom sentir a sombra de um sorriso...
Que bom ouvir o silêncio das palavras não ditas mas sentidas de sentires tecidos de ternura...
Igara, Pataininiti e Lord,
Desejo-vos um excelente 2007, com tudo de bom para vocês e os que vos rodeiam!
Beijos :).
sabe bem o silencio :) ouvimos o q n conseguimos qd estamos a falar, percebemos tudo o q nos rodeia qd n estamos tao atentos ao silencio :) bjs
Um banco rodeado de buganvílis, com vista para o Tejo. O lugar ideal para sonhar. Num cenário até o lugar ao nosso lado nunca estará vazio, e dá-nos até a possibilidade de escolhar a pessoa que queremos sentar ali junto de nós. Esses momentos fazem-nos tão bem! Um beijinho muita doce amiga, um feliz ano de 2007 e muitos...muitos abracinhos.Façamos de 2007 o ano da amizade, ( e do amor também, claro).
Desculpa mas só escrevi asneiras. Rectifico: buganvílias; Num cenário assim...; escolher; Um beijinho minha...
A maior concentração de disparates por cm2. Já ganhei o meu lugar no Guiness.
Igaritaaaaaaaaaaa um beijo sem tamanho ou limite de intensidade com o desejo de que este ano 2007 seja de arrasar, pela positiva, claro!!!
Quanto ao texto, é arrepiante como me revejo nele ... sobretudo na permanência de silêncios que não quero mas que entendo ...
E para começar o ano e o blog em beleza, cá vai o esganiçado:
Ahhhhhhhhhhh infinito delirio chamdo desejo
Aos três da vida airada desejo o melhor e um 2007 em grande.
Iga
Este texto lembrou-me uma das canções que mais gosto, deixo-te excertos:
And I'd give up forever to touch you
Cause I know that you feel me somehow
You're the closest to heaven that I'll ever be
And I don't want to go home right now
And all I can taste is this moment
And all I can breathe is your life
Cause sooner or later it's over
I just don't want to miss you tonight
And I don't want the world to see me
Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am
Beijos com estalaficocos e estreptocos e arafats de bacilos e etc e tal...
See you ;)
Aos três...desejo-vos um excelente ano cheio de muita paz e amor...que 2007 vos traga o que mais desejarem!!!
Beijos na doce magia da Amizade um forte xi.
Nem todos têm o dom de saber ouvir os silencios. E este Post é um hino ao silencio, em forma de conto. Um bom ano para ti são os desejos aqui do Tacitus ;)
Eia, texto forte!
Os silêncios são-me custosos, custosos, custosos até dizer chega!
É quase impossivel não reflectir depois do "nada mais".
Bjs
Ainda os silêncios... e ainda bem... nunca, aqui, fiques em silêncio ;)
Bjnhs
Belo texto Igara! Belas palavras como belos são os silencios, quando os sabemos ouvir, saborear e entender. Um banco, o rio, as flores e...o eterno e imenso silencio cheio de som e vida!!!!
Feliz 2007 para todos vós.
Beijos mansos e doces e ...cumplices no silencio que fala de...nós.
Olá amiga! Agradeço imenso as suas palavras, a visita e o carinho. Desejo a continuação de bom 2007. Adorei ler o seu texto é bom ouvir o silêncio e melhor entender o k ele nos diz. Beijinhos.
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