quinta-feira, dezembro 21, 2006


Caminhos de ti!

Por entre as sombra húmidas da noite gélida,
(onde torneias o destino e teu lugar)
Caminho pela estrada regada
Pela fiel carícia do teu luar...
As folhas finas caem à minha passagem
Como páginas soltas do meu sentir…
(sinais da tua vida e do teu Ser,
Onde edificas e fazes teu Devir)
Entro no palácio de mármores brancos,
Feito de geometrias perfeitas,
(deixas-te levar em tais encantos,
Quebrando assim regras tão estreitas)
Iluminado pelo teu sorriso,
(que antes teimava em não surgir)
Como candeias que invadem
o véu escuro do meu existir.
Fecho os olhos lentamente,
no leito quente e aconchegante.
(sossega e colhe o pensamento,
desfaz-te dessa angustia sufocante)
Deixo-me elevar tão mansamente,
Por entre aromas de gardénias e jasmim.
Caminho pelo grande vale dos sonhos
E sinto que já não preciso fugir mais de mim!!
(e surge apenas como és...
dá-te a ti a Paz de ser assim...
não procures em lugares onde não há....
esse sentir que está dentro de ti!)



quarta-feira, dezembro 20, 2006

Natal


Nesta época festiva,
Deseja-se a todos os Povos...
Um Carnaval Cheio de Páscoas...
E um Natal cheio de Anos Novos....

Que as Renas do Pai Natal,
Surjam nos Céus a Voar,
Tilintando alegremente...
Com o Rudolph a piscar!

Que o Pai Natal e os Duendes,
Façam raves a bombar...
E não se baralhem nas botas...
Na altura de ofertar!....

Que o presépio de Natal,
Tenha estrelas sorridentes,
Ovelhinhas e Pastores...
E Reis Magos bué Contentes!

Que tudo surja em sorrisos,
Com muita Paz e Carinho...
E que o coelho da Páscoa,
Se esmere no sapatinho!

Que se tenha nesta quadra,
Muito Amor e Alegria...
Rabanadas e filhóses
Arroz doce e Aletria!

terça-feira, dezembro 12, 2006

Aqui em Parceria


Hoje, publico um texto, feito em parceria com o Lord of Light. Espero que gostem de o ler, tanto quanto nós gostámos de o fazer. Ao Lord of Light agradeço o facto de ter acedido à proposta sem que por um minuto tivesse vacilado. Ainda bem que não o fez, porque o resultado, no meu ver, ficou fantástico!


Aqui, onde os sonhos se tocam...
Onde os sentires se espelham...
Onde os sorrisos se invocam,
E os medos não imperam...
Aqui, onde a vida surge intensa,
Vivida, sentida, de uma forma desmedida...
Aqui, onde ninguém mais se afoita...
Em lugares onde apenas,
Minha alma se pernoita
Aqui, onde toda a melodia
Não tem conta, nem medida,
Eu balanço e dou os passos
Que escolhi para a minha vida.
E é dentro do meu ser,
Onde eu grito e me revejo
Que coloco no Sentir,
Uma entrega de Desejo!
Aqui, no fundo de mim,
Onde me encontro e me abraço...
Faço escolhas, faço traços
Mas marco eu o meu compasso!
Sob a claridade pálida do dia
Sinto a chuva que de mim rompe
Serena, morna e fugidia
Salgada como o mar
Como um manto de seda fina
Deixo que me acolha e abraça
E a cada gota que me toca
Sinto-a como um novo despertar
Abro os braços e deixo-me embalar
Em pinceladas de cores radiantes
Dessa doce melodia
E no espelho das duas estrelas dos teus olhos
Voo ao teu lado tranquilamente
Por entre outeiros e por planícies
até o nascer de um novo dia

terça-feira, novembro 28, 2006

Como...


Como o rio que se esgota,
Num ciclo infindo de vida,
Assim te busco em cada rota,
Sem te sentir de partida!

Como sonhos que acalento,
Em cada Sentir onde existo,
Tenho-te em todo o Momento,
Não te evito nem resisto!

Como lágrima onde teço,
A História em que me cumpro,
Sei-te ter como mereço
Tragando, voraz o Mundo!

quarta-feira, novembro 22, 2006

A minha Mãe


"Na Véspera de Aniversário do Meu filho Diogo, decidi publicar um texto feito por ele. São dádivas destas que me fazem abençoar a toda a hora o momento em que decidi Ser Mãe."

A minha Mãe é tão linda,

É a mais linda do mundo.

E é por ela ser assim,

Que eu lhe conto tudo, tudo!



Conto-lhe coisas da Escola,

Coisas do meu Coração,

Conto sonhos, conto Histórias,

Conto tudo pois então!



E a mamã até sabe,

Coisas que eu não lhe conto!

Ela diz que é de ser Mãe

Eu acho que é de me amar muito!!



Autor: Diogo Costa (7 anos)

segunda-feira, novembro 20, 2006

Deixa-me Ser...


Deixa-me ser...
Não me prendas no teu querer!
Não definas para mim,
Coisas que não quero ser!
Não me espelhes nas angustias
De que fazes a tua vida!
Pois não me vês no reflexo,
Nem me tens como medida!
Não pernoites nas palavras
Que pensas querer escutar
Porque a Noite, trás os ecos
Mal definidos, incertos
Não diz o que quero falar!
Por isso eu te peço,
Escuta só o que eu disser...
Não me amordaces a Alma
E deixa-me apenas... Ser!

quarta-feira, novembro 15, 2006

Confia

Dá-me a mão agora,
Vá...chega-te perto...
Confia e eu levo-te,
Em caminho incerto!
Vou mostrar-te as Estrelas
Que vejo brilhar,
Que são mais intensas,
Que o próprio Luar!
Vou mostrar-te o Mar,
Nas noites amenas,
E as ondas que chegam
Tão Mansas...serenas.
Vou mostrar-te a Terra
Verde, Fermentada
Que germina vida,
Em Paz...tão calada...
Vou mostrar-te a Vida,
Que sinto pulsar,
Em cada momento,
Do meu despertar.
Dá-me a mão agora,
Vá...chega-te perto...
Confia e eu levo-te,
Em caminho incerto!

quarta-feira, novembro 08, 2006

Manias

Hoje, venho responder a um desafio lançado pelo blog Tulipa Negra. Como veio do meu muito querido Amigo, Pinochio, não podia deixar de aceitar. Consta o desafio, de definir 5 manias minhas (bolas...é que foi difícil escolher 5), então aqui ficam...

1) Tenho a mania de dizer tudo o que sinto e penso, sob pena de ficar entupida...e como devem imaginar, alguém entupido, não é coisa bonita de ser ver!

2) Tenho a mania de dizer que gosto a quem gosto. Acho que sempre que nos sentimos tocados por algo, ou por alguém, não devemos recear dizer o que sentimos, para que quem nos escuta saiba a importância que tem para nós.

3) Tenho a mania de andar depressa em artérias muito movimentadas. Detesto aglomerações de gente, por isso esforço-me por ser rápida nesses trajectos.

4) Tenho a mania de não atravessar a rua se o sinal está vermelho para os peões, principalmente, se nesse lugar estiverem pais com filhos. Detestava, quando tentava explicar aos meus filhos, que deviam esperar pelo sinal verde para os peões e toda a gente se punha a atravessar a rua, deitando por terra o que eu estava a tentar explicar.

5) Tenho a mania, quando leio um livro, de assinalar, sublinhando, as passagens que considero mágicas. Essas passagens são aquelas que me fazem com que o meu espírito se perca e vague simplesmente. Existem livros, que leio vezes sem conta...

Depois de vos deixar com algumas das minhas manias, espero que não me olhem como se fosse um alienígena ok?

segunda-feira, novembro 06, 2006

Como seria??


Se eu te tivesse aqui...
como seria?
Será que me sentirias?
Encontrarias Magia?
Se eu te tivesse agora...
num minuto, nesta hora...
Ficarias só comigo?
Ousarias ir embora?
Se te tivesse...
Perdido,
Em silencio,
Remetido...
Fechado no teu Sentir...
Terias que decidir,
Entre Ficar ou Partir...
Seu eu te tivesse aqui...
Como seria?

quinta-feira, novembro 02, 2006

Perdi-te...


Perdi-te...
Perdi-te no tempo em que te encontrei.
Se não tivesses enlaçado,
Todo o meu tempo em teu fado
Ter-te-ía certamente,
A todo o tempo presente!
Mas Cruzaste a minha vida,
E no momento primeiro,
Se fez longa a despedida
Num lamento derradeiro.
E então, perdi-te...
Pedi-te no Infinito
Num traço leve, indistinto...
Onde ficaste marcado,
Pintado, no meu Passado!
Agora, já nem me lembro,
A forma como te Senti...
Apenas, recordo o instante,
do Momento em que te tive
Onde tive e te perdi!

quinta-feira, outubro 26, 2006

Ser Feliz!...

Ser feliz, é querer Viver...
Sentir dor e Alegria.
Sorrir a cada chegada,
Chorar a cada partida!

Ser Feliz é um sentir Pleno,
Que se constrói a compasso
Delineia-se na Alma,
E busca-se em cada espaço!

Ser Feliz é sorrir Sempre,
Ter Olhos de ver os sonhos,
Entender cada silêncio
Aprender a olhar nos Olhos!

Ser Feliz é ter Partilhas,
Ter o Mar no Horizonte,
Sentir Mil brilhos de Estrelas,
Beber água em cada Fonte!

Ser Feliz, é sermos Nós
Sem Limite ou Omissão,
É procurarmos a Paz,
Bem dentro do Coração!


sexta-feira, outubro 20, 2006

Deixa-me Falar-te....


Deixa-me falar-te de Amor,
De um Amor manso e delicado,
Como pétalas de Flor!
Amor, feito de palavra,
Feito de Gestos e Cor,
Que não acaba nos beijos,
E não se extingue na Dor!

Deixa-me falar-te de Querer,
De um Querer Sentido, Intenso
Que se instala sem Saber!
Um Querer, feito de Sonhos,
Feito de Vida e de Encontros
Que não se Sabe nem Explica,
Mas que se Entende nos Olhos!

Deixa-me falar-te, ou não...
Fica atento e escuta apenas,
O bater do Coração!

segunda-feira, outubro 16, 2006

A minha Selva...



" A vida é uma selva de sentimentos, onde por entre todas as formas de vida que aqui existem, há só uma, que em muitos momentos, me penetra os pensamentos, baralha minhas ideias, torna a minha vida como teias, teias de contos, de sonhos, ocupa-me a alma, rouba-me a calma. Observo as suas formas, como se alimenta, como sobrevive, como me tenta...
E aquelas gotas, gotas de orvalho, que escorrem por esta planta, esta forma de vida, vivida, amada, perdida, achada, desejada... como desejo ser toda essa humidade que paira no ar, e em teu corpo escorregar, nesta selva, de ti cuidar. Alimentar-te como toda essa água, tocar teu caule, as raízes mais profundas, conhecer, descobrir esse teu lado mais obscuro, entender, sentir prazer, devorar, sem parar, saciar um desejo, que parece não terminar, e esta forma de vida lá continua na selva perdida, a selva da vida!"

Este texto é de uma querida colega, a Lili, e dada a confusão de sentimentos, e dado o meu estado de espírito, considerei que seria maravilhoso postar neste Nosso cantinho, estas palavras de loucura!

Beijinhos Liliana e Obrigada!

terça-feira, outubro 10, 2006

Feitiço


Se te tenho, não és meu...
Se te Amo, não to digo!
Se não falas, eu entendo,
Mas se falas, acredito!
Se me beijas, com sabor...
Sinto o gosto dos teus beijos!
Mas se me afagas apenas,
Compreendo os teus desejos!
Se me Embalas, eu repouso
Mas se Sonhas, eu desperto,
Se estás longe, mais te gosto...
Quando Distante, estás perto!
E a Magia não se entende,
Envolve, e sem dar por isso...
Todos os Sentires se tecem,
Com Encantos, de um Feitiço!

quarta-feira, setembro 27, 2006

Tons de Azul

Desejo ter-te em tons de Azul,
Em tons de céu, de Mar e de Infinito..
Porque a pele nele, cede a cada afago,
Fazendo cor deste querer em que não minto!

Desejo-te breve, em caricias envolvida
No sentir que apenas o toque silencia
O desejo que surge em cada encontro,
Quando o Azul surge assim, como medida!

segunda-feira, setembro 25, 2006

Á beira de um ataque de nervos!!!

Esta manhã, quando cheguei ao meu trabalho, decidi, que tinha que ir ás catacumbas do lugar onde trabalho, para finalmente, fazer umas certidões que andavam penduradas há algum tempo, e que ainda não tinham sido feitas por...por... falta de coragem!
É isso mesmo, falta de coragem! Eu até tenho a fama de ser intrépida, mas a verdade, é que tenho verdadeiros tremores, suores frios, subidas de temperatura, ataques de pânico, quando penso em baratas! Já me tinha constado, que esses bichos horrorosos, tinham feito das catacumbas morada, e a mim, não me apetecia nada invadir os domínios, que elas tinham escolhido para residirem (gosto muito de respeitar os domínios alheios!). A verdade, é que hoje, não dava mais para adiar a tal invasão, e lá vou eu, cravar companhia na esperança de não ser atacada sozinha, sem testemunhas, assim que abrisse a porta das catacumbas.

Depois de ter a companhia (voluntária) da minha muito querida colega, dirigi-me ao tal lugar, apreensiva q.b., ponho a chave à porta, acendo a luz ás apalpadelas, e quando olho para o chão, fiquei paralisada! Fiquei com a impressão que tinha entrado em plena hora de ponta, tal era a quantidade de baratas que, ora voando ora correndo, abriam caminho por entre os arquivos, livros e papéis, invadindo tudo o que podiam, na medida em que podiam!! Eu tinha a convicção que estava num filme tipo 5ª dimensão e que a partir dali tudo podia acontecer! Como a coragem para levar a efeito a minha busca estava pelas ruas da amargura, e por lá se deve ter perdido, apaguei a luz, e desisti de me forçar a contrair um ataque de nervos!

Resolvida, cheguei ao pé do meu chefe e disse-lhe em tom grave “ Oh Chefe, eu não sei como é que isto vai ser, mas sei como é que não vai ser! Não volto a entrar nas catacumbas, sem um fato daqueles todos XPTO, tipo ficheiros secretos, que protegem contra os Aliens e cenas afins! Mas como hoje tenho que resolver este problema, o chefe vem comigo, vai á minha frente, e quando chegarmos ás catacumbas...não vai parar de saltar, até eu encontrar o livro... pode ser? “. Ele, olhou para mim, e depois de um período de reflexão, disse-me: “Vamos lá embora então...”
Eu nem queria acreditar que ele tinha anuído em vir comigo, e agora, não havia volta a dar-lhe! Lá fomos os 2, ele decidido, eu relutante...
Assim que acendemos as luzes...o meu chefe, nem quis saber do tráfego intenso, e começou a abrir e a fechar livros, e botar os pézinhos em lugares que faziam “crack” e “scrunch” (o barulho devia ser diferente consoante o tamanho e cores das bichas), e fazia aquilo, como se nada se estivesse a passar! Eu estava estarrecida, até estive á beira de achar que ele era o “meu Herói”, não fosse ele o meu chefe! Daí a uns 10 minutos, achei os livros que queria, e saí dali, mais rápida que a minha própria sombra, fazendo inveja ao próprio Lukie Luck!

Como a minha manhã foi intensa, não resisti a partilhá-la convosco....não que seja muito bonita de partilhar, mas porque preciso mesmo de desabafar, este nervoso que sinto....

Aiiiiiiiiiiii aiiiiiiiiiiiiiiiiiii.....

sexta-feira, setembro 22, 2006

Repto

O Blog Tulipa Negra , do meu amigo Pinóchio, lançou-me um repto, que consiste em que eu tente descrever-me em 6 palavras. Eu tenho andado a pensar, a pensar, a pensar, e hoje, acho que consegui o feito e então vamos lá....

Amiga – confirmado pelos que o são e negado veemente pelos que não são (aqui não existe unanimidade). Mas eu tenho consciência que é difícil agradar a Gregos e a Troianos.

Sonhadora - sonho muito, e há dias em que fazer a ligação à terra de torna muito complicado, para total desespero de quem tenta estabelecer comunicação comigo.

Confidente – Gosto de escutar e de tentar entender os porquês de quem me procura. E porque a categoria de confidente, não se esgota apenas no ouvir, gosto de confidenciar a “Alguns” pedacinhos de mim...

Reflexiva – Por hábito, gosto de pensar e ponderar muitos dos meus passos. Gosto de caminhar para a frente e acabo por ter receio que gestos meus me façam recuar, por isso embrenho-me nos pensamentos e raramente me arrependo das decisões que tomo, por saber que na altura, eram as que deveria ter tomado!

Descomplicada – detesto complicações, e a tendência que existe para complicar o que deveria ser fácil.

Apaixonada – Determinada e convicta. Vivo de paixões e para as paixões. As paixões surgem-me de tantas formas, que seria impossível ficar-lhes indiferente!

Eu sei que foram mais de 6 palavras, mas eu gosto de deixar tudo explicado, para que não exista muito espaço para que outros reflictam outras coisas sobre mim....

Como o repto, me pedia para eu continuar, lançando o repto a mais 6 blogs, os blogs que eu escolho, são:

- Asas Negras, da minha querida Crowe
- Illusion, da bem disposta Maria
- O Segredo da Esfinge, da minha muito amiga, Piramidallis
- O Eterno Efémero, da minha afilhada mais linda Coral
- Pensamentos da Alma, para a minha irmã virtual, Pataininiti
- Tiros no Escuro, para aquele que mais me faz reflectir Tacitus.

Eu sei que muitos de vós não gostam destes reptos, mas eu tinha que escolher 6 blogs, e estes, foram escolhidos com coração.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Eu queria escrever-te uma carta, Amor!


"Este texto foi-me enviado por alguém que dá pelo nick de Semterfim e que gostava de ver este texto publicado neste blog. Porque achei o texto muito bonito e como não resisto á partilha de algo que acho belo, hoje, é com ele que decido partilhar este espaço."


Eu queria escrever-te uma carta amor,

uma carta que dissesse

deste anseio

de te ver

deste receio

de te perder

deste mais bem querer que sinto

deste mal indefinido que me persegue

desta saudade a que vivo todo entregue...

Eu queria escrever-te uma carta amor,

uma carta de confidências íntimas,

uma carta de lembranças de ti,

de ti

dos teus lábios vermelhos como tacula

dos teus cabelos negros como dilôa

dos teus olhos doces como maboque

do teu andar de onça

e dos teus carinhos

que maiores não encontrei por aí...

Eu queria escrever-te uma carta amor,

que recordasse nossos tempos na capopa

nossas noites perdidas no capim

que recordasse a sombra que nos caía dos jambos

o luar que se coava das palmeiras sem fim

que recordasse a loucurada nossa paixão

e a amargura da nossa separação...

Eu queria escrever-te uma carta amor,

que a não lesses sem suspirar

que a escondesses de papai Bombo

que a sonegasses a mamãe Kieza

que a relesses sem a friezado esquecimento

uma carta que em todo o Kilombo

outra a ela não tivesse merecimento...

Eu queria escrever-te uma carta amor,

uma carta que ta levasse o vento que passa

uma carta que os cajus e cafeeiros

que as hienas e palancas

que os jacarés e bagres

pudessem entender

para que o vento a perdesse no caminho

os bichos e plantas

compadecidos de nosso pungente sofrer

de canto em canto

de lamento em lamento

de farfalhar em farfalhar

te levassem puras e quentes

as palavras ardentes

as palavras magoadas da minha carta

que eu queria escrever-te amor....

Eu queria escrever-te uma carta...

Mas ah meu amor,

eu não sei compreender

por que é, por que é, por que é, meu bem

que tu não sabes ler

e eu

- Oh! Desespero! - não sei escrever também.


Autor: Desconhecido

segunda-feira, setembro 18, 2006

Olha para mim, Amor



Olha para mim, Amor
Olha mais fundo na minha Alma,
Olha por um segundo
mais nada.

Olha para mim, Amor
Sente o meu vibrar
na ânsia de te abraçar
na angústia de te perder.

Olha para mim, Amor
Conta-me a tua vida
torna-a menos sofrida
comigo podes sonhar

Olha para mim, Amor
o medo que sentes hoje
eu posso atenuar
descansa nos meus braços
e deixa-te enlevar

Olha para mim, Amor
toda eu sou paixão
tentando estender-te a mão
para nunca mais largar

Olha para mim, Amor
sem ti não sei viver
sem ti não sei amar
sem ti não sei sonhar

Olha para mim, Amor
olha mais fundo na minha alma
olha por um segundo e verás
que sem ti sou Nada.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Tela



Pinto na cara as marcas,
Choradas, feitas de mágoas,
Dos momentos imprecisos!
(Então, visto-me de Sorrisos)

Imprimo um traço marcado,
Num lamento sussurrado,
Deixando falar os olhos.
(Então, visto-me de Sonhos)


No Branco busco guarida,
Em memórias remetida,
Ao meu sentir de Criança!
(Então, visto-me de Esperança)

Por isso, como tela eu me pinto,
Para que nunca ninguém saiba,
Tudo o que na Alma sinto!